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Estelionato Eleitoral?

17/12/18

O presidente Jair Bolsonaro foi eleito sob a cortina de que seria diferente de ‘‘tudo que taí’’, contra a corrupção e com um discurso praticamente apolítico. Entretanto, antes mesmo de tomar posse, as práticas e denúncias têm ido de encontro a tudo que foi usado em sua campanha.
A primeira denúncia de corrupção veio ainda na campanha quando a funcionária Val do Açaí foi descoberta ganhando um salário para tomar conta de uma casa de praia do ‘‘Mito’’. Agora, após a eleição, o COAF aponta movimentações de mais de R$ 1,2 milhão de Fabrício Queiroz, assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro. Questionado, o superministro Sérgio Moro se calou e o General Heleno classificou a quantia como ‘‘irrisória’’. Roubar pouco pode?
A fila no gabinete transitório é grande de partidos e políticos corruptos. O que Bolsonaro rejeitou na campanha agora é regra. Onix Lorenzoni, aquele que assumiu usar Caixa 2 na Campanha e foi prontamente perdoado ao pedir desculpas, chegou a tratar mal setores da imprensa ao ser questionado sobre os dados do COAF. 
Por fim, dias depois, uma nova assessora foi descoberta ‘‘prestando serviços’’ de personal trainer e sendo paga pela ALERJ.
Bolsonaro também prometeu enxugar os gastos dos ministérios reduzindo-os. Todavia, dos 23 Ministérios deixados por Dilma Rousseff em 2016, ele manteve 22. Eliminou apenas o Ministério do Trabalho. Justamente aquele que fiscaliza e regulamenta as relações trabalhistas no Brasil.
Atrelado a isso, ele vem fazendo duras críticas ao artigo 7º da Constituição Federal, que trata de temas como13º salário, repouso semanal remunerado, gozo de férias, licença à gestante entre outros direitos.
Sua declaração mais contundente afirma que as relações trabalhistas no país devem se aproximar da informalidade e que SER PATRÃO NO BRASIL É UMA TORTURA". E nós perguntamos: E ser empregado?
O futuro Ministro do Meio Ambiente, o advogado e administrador Ricardo de Aquino Salles, é réu de ação civil pública ambiental e de improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público de São Paulo em maio do ano passado.
A futura ministra da Agricultura, deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), recebeu doação de campanha de um fazendeiro acusado de ser o mandante do assassinato do líder indígena Marcos Veron.
Rogério Marinho (ver matéria na página 7) assumirá a previdência mesmo respondendo a quatro processos na Justiça.
No rastro do presidente Trump, Bolsonaro já anunciou que sairá do pacto de migração, do acordo mundial sobre o clima, irá transferir a embaixada do Brasil para Jerusalém.
O futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que a culpa da miséria do mundo é o marxismo.
A situação está complicada e a batalha será dura. Precisamos manter a resistência e construir a luta contra estes e todos os retrocessos.