Mais importante do que prever se o os diretores do BC vão repetir a dose do último encontro – a Selic foi elevada em 0,25 ponto percentual –, é projetar o tamanho do aperto monetário necessário para trazer a inflação de volta ao centro da meta em 2012.
É isso que vai determinar a intensidade da desaceleração brasileira no ano que vem, informação valiosa para o planejamento das empresas. Se exagerar no remédio, o Copom pode sufocar a economia.
Em busca dessa resposta, a EXAME.com, consultou os departamentos econômicos dos três maiores bancos privados em operação no Brasil (veja tabela com as projeções no final da matéria).
Em comum, Bradesco, Santander e Itaú Unibanco têm a previsão de que o Banco Central promoverá mais uma alta de 0,25 ponto percentual nos juros básicos nesta quarta-feira. No entanto, quando o assunto envolve as reuniões futuras do Copom, não há consenso.
Para o diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, haverá mais uma alta de 0,25 ponto em agosto e a missão do BC estará cumprida. “O mercado pede mais um aumento em 31 de agosto e o Copom deve entregar. Como o cenário global está se tornando muito adverso e com um tom deflacionário, isso possivelmente dispensará um terceiro aumento em outubro. Os juros devem fechar o ano em 12,75%.”
O economista do Itaú Unibanco Aurélio Bicalho tem a mesma avaliação. “Consideramos mais uma alta de 0,25 ponto na taxa Selic (de 12,50% para 12,75%) na reunião de agosto, encerrando o atual ciclo de alta da taxa de juros.”
Já Ricardo Denadai, economista da Santander Asset Managment – a gestora de recursos do Santander –, prevê um aperto maior, com a Selic chegando a 13%. “Já houve sinais de desaceleração, embora ainda incipientes no 1º semestre. A questão é qual o grau (dessa desaceleração) e se ela será suficiente para trazer a inflação de volta ao centro da meta em 2012.”
Denadai ressalta que a inflação de serviços permanece em patamar elevado, devendo ultrapassar a casa de 9% em agosto no acumulado em 12 meses. "O BC só vai encerrar o ciclo de alta dos juros em outubro se tiver certeza de que a inflação não vai mais incomodar."
0,25 ponto nesta quarta
10 em cada 10 economistas do mercado acreditam em uma nova alta de 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira. Bradesco, Santander e Itaú Unibanco não são exceções. “O Copom fará exatamente o que o mercado está sugerindo que ele faça, ou seja, um aumento de 0,25 ponto. Há um esforço do Banco Central de atingir a meta de inflação em 2012 e, para isso, fará o que for necessário”, diz Octavio de Barros, do Bradesco.
Ricardo Denadai, do Santander, afirma que o Banco Central não tem saída. “Ele (BC) deveria ter mantido lá trás (em abril) o ritmo de alta de 0,50 p.p.. Hoje causaria muito problema voltar para a estratégia anterior.”
E seria possível o Banco Central surpreender a todos e não mexer nos juros nesta semana? Os economistas dizem que a chance de isso acontecer é nula não só por conta da preocupação com a inflação, mas também por causa da expressão “suficientemente prolongado” utilizada na última reunião do Copom para destacar o rumo da política monetária.
Octavio de Barros resume o sentimento geral dos analistas: “Caso o Copom não aumente os juros, as expectativas de inflação do mercado vão se deteriorar. É simples assim.”
Perguntas de EXAME.com às instituições | Bradesco | Itaú Unibanco | Santander |
---|---|---|---|
Qual seria a decisão correta do BC na 4ª feira? | alta de 0,25 | não respondeu | alta de 0,25 |
O que o BC provavelmente fará na 4ª feira? | alta de 0,25 | alta de 0,25 | alta de 0,25 |
Quando deve terminar o aperto e com qual Selic? | agosto/12,75% | agosto/12,75% | outubro/13% |
Mais importante do que prever se o os diretores do BC vão repetir a dose do último encontro – a Selic foi elevada em 0,25 ponto percentual –, é projetar o tamanho do aperto monetário necessário para trazer a inflação de volta ao centro da meta em 2012.
É isso que vai determinar a intensidade da desaceleração brasileira no ano que vem, informação valiosa para o planejamento das empresas. Se exagerar no remédio, o Copom pode sufocar a economia.
Em busca dessa resposta, a EXAME.com, consultou os departamentos econômicos dos três maiores bancos privados em operação no Brasil (veja tabela com as projeções no final da matéria).
Em comum, Bradesco, Santander e Itaú Unibanco têm a previsão de que o Banco Central promoverá mais uma alta de 0,25 ponto percentual nos juros básicos nesta quarta-feira. No entanto, quando o assunto envolve as reuniões futuras do Copom, não há consenso.
Para o diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, haverá mais uma alta de 0,25 ponto em agosto e a missão do BC estará cumprida. “O mercado pede mais um aumento em 31 de agosto e o Copom deve entregar. Como o cenário global está se tornando muito adverso e com um tom deflacionário, isso possivelmente dispensará um terceiro aumento em outubro. Os juros devem fechar o ano em 12,75%.”
O economista do Itaú Unibanco Aurélio Bicalho tem a mesma avaliação. “Consideramos mais uma alta de 0,25 ponto na taxa Selic (de 12,50% para 12,75%) na reunião de agosto, encerrando o atual ciclo de alta da taxa de juros.”
Já Ricardo Denadai, economista da Santander Asset Managment – a gestora de recursos do Santander –, prevê um aperto maior, com a Selic chegando a 13%. “Já houve sinais de desaceleração, embora ainda incipientes no 1º semestre. A questão é qual o grau (dessa desaceleração) e se ela será suficiente para trazer a inflação de volta ao centro da meta em 2012.”
Denadai ressalta que a inflação de serviços permanece em patamar elevado, devendo ultrapassar a casa de 9% em agosto no acumulado em 12 meses. "O BC só vai encerrar o ciclo de alta dos juros em outubro se tiver certeza de que a inflação não vai mais incomodar."
0,25 ponto nesta quarta
10 em cada 10 economistas do mercado acreditam em uma nova alta de 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira. Bradesco, Santander e Itaú Unibanco não são exceções. “O Copom fará exatamente o que o mercado está sugerindo que ele faça, ou seja, um aumento de 0,25 ponto. Há um esforço do Banco Central de atingir a meta de inflação em 2012 e, para isso, fará o que for necessário”, diz Octavio de Barros, do Bradesco.
Ricardo Denadai, do Santander, afirma que o Banco Central não tem saída. “Ele (BC) deveria ter mantido lá trás (em abril) o ritmo de alta de 0,50 p.p.. Hoje causaria muito problema voltar para a estratégia anterior.”
E seria possível o Banco Central surpreender a todos e não mexer nos juros nesta semana? Os economistas dizem que a chance de isso acontecer é nula não só por conta da preocupação com a inflação, mas também por causa da expressão “suficientemente prolongado” utilizada na última reunião do Copom para destacar o rumo da política monetária.
Octavio de Barros resume o sentimento geral dos analistas: “Caso o Copom não aumente os juros, as expectativas de inflação do mercado vão se deteriorar. É simples assim.”
Perguntas de EXAME.com às instituições | Bradesco | Itaú Unibanco | Santander |
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Qual seria a decisão correta do BC na 4ª feira? | alta de 0,25 | não respondeu | alta de 0,25 |
O que o BC provavelmente fará na 4ª feira? | alta de 0,25 | alta de 0,25 | alta de 0,25 |
Quando deve terminar o aperto e com qual Selic? | agosto/12,75% | agosto/12,75% | outubro/13% |
Mais importante do que prever se o os diretores do BC vão repetir a dose do último encontro – a Selic foi elevada em 0,25 ponto percentual –, é projetar o tamanho do aperto monetário necessário para trazer a inflação de volta ao centro da meta em 2012.
É isso que vai determinar a intensidade da desaceleração brasileira no ano que vem, informação valiosa para o planejamento das empresas. Se exagerar no remédio, o Copom pode sufocar a economia.
Em busca dessa resposta, a EXAME.com, consultou os departamentos econômicos dos três maiores bancos privados em operação no Brasil (veja tabela com as projeções no final da matéria).
Em comum, Bradesco, Santander e Itaú Unibanco têm a previsão de que o Banco Central promoverá mais uma alta de 0,25 ponto percentual nos juros básicos nesta quarta-feira. No entanto, quando o assunto envolve as reuniões futuras do Copom, não há consenso.
Para o diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, haverá mais uma alta de 0,25 ponto em agosto e a missão do BC estará cumprida. “O mercado pede mais um aumento em 31 de agosto e o Copom deve entregar. Como o cenário global está se tornando muito adverso e com um tom deflacionário, isso possivelmente dispensará um terceiro aumento em outubro. Os juros devem fechar o ano em 12,75%.”
O economista do Itaú Unibanco Aurélio Bicalho tem a mesma avaliação. “Consideramos mais uma alta de 0,25 ponto na taxa Selic (de 12,50% para 12,75%) na reunião de agosto, encerrando o atual ciclo de alta da taxa de juros.”
Já Ricardo Denadai, economista da Santander Asset Managment – a gestora de recursos do Santander –, prevê um aperto maior, com a Selic chegando a 13%. “Já houve sinais de desaceleração, embora ainda incipientes no 1º semestre. A questão é qual o grau (dessa desaceleração) e se ela será suficiente para trazer a inflação de volta ao centro da meta em 2012.”
Denadai ressalta que a inflação de serviços permanece em patamar elevado, devendo ultrapassar a casa de 9% em agosto no acumulado em 12 meses. "O BC só vai encerrar o ciclo de alta dos juros em outubro se tiver certeza de que a inflação não vai mais incomodar."
0,25 ponto nesta quarta
10 em cada 10 economistas do mercado acreditam em uma nova alta de 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira. Bradesco, Santander e Itaú Unibanco não são exceções. “O Copom fará exatamente o que o mercado está sugerindo que ele faça, ou seja, um aumento de 0,25 ponto. Há um esforço do Banco Central de atingir a meta de inflação em 2012 e, para isso, fará o que for necessário”, diz Octavio de Barros, do Bradesco.
Ricardo Denadai, do Santander, afirma que o Banco Central não tem saída. “Ele (BC) deveria ter mantido lá trás (em abril) o ritmo de alta de 0,50 p.p.. Hoje causaria muito problema voltar para a estratégia anterior.”
E seria possível o Banco Central surpreender a todos e não mexer nos juros nesta semana? Os economistas dizem que a chance de isso acontecer é nula não só por conta da preocupação com a inflação, mas também por causa da expressão “suficientemente prolongado” utilizada na última reunião do Copom para destacar o rumo da política monetária.
Octavio de Barros resume o sentimento geral dos analistas: “Caso o Copom não aumente os juros, as expectativas de inflação do mercado vão se deteriorar. É simples assim.”
Perguntas de EXAME.com às instituições | Bradesco | Itaú Unibanco | Santander |
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Qual seria a decisão correta do BC na 4ª feira? | alta de 0,25 | não respondeu | alta de 0,25 |
O que o BC provavelmente fará na 4ª feira? | alta de 0,25 | alta de 0,25 | alta de 0,25 |
Quando deve terminar o aperto e com qual Selic? | agosto/12,75% | agosto/12,75% | outubro/13% |