A reestruturação da Caixa Econômica Federal caminha a passos largos, mas vai enfrentar uma forte resistência dos trabalhadores. No RN a luta começou com um Ato Público ocorrido na manhã desta terça-feira, 22, no prédio da Girec/Relie no Alecrim. Além dos empregados atingidos diretamente pelo fechamento da Giris, outros empregados de outras unidades e agências prestaram solidariedade e deram seu recado: vai ter luta!
Com o objetivo claro de aumentar os lucros cortando do lado mais fraco: os trabalhadores. Vários setores serão fechados pelo Brasil e centralizados, com isso trabalhadores perderão suas funções e ficam sem garantias de que poderão continuar trabalhando em suas cidades.
A Caixa Econômica Federal que já contou com 101 mil empregados hoje tem em torno de 96 mil trabalhadores. Isso significa a redução de 5 mil empregos. Para isso Dilma lançou um plano de demissão que esvaziou o banco e aumentou a sobrecarga de trabalho, o assédio moral e a exploração sobre os bancários que permanecem na ativa, bem como o sucateamento e a queda na qualidade do serviço prestado à população. O resultado é o aumento das filas, a terceirização, além do adoecimento e queda na qualidade de vida dos empregados.
Em Natal, a primeira a ser fechada foi a Giris (Risco de crédito) onde 12 empregados receberam a notícia no dia 11 de março, além deles, 16 menores aprendizes também estarão fora. Outro setor que provavelmente será desativado é a Rerec (Gerência de Recuperação de Crédito). Os empregados da Caixa ainda estão atentos à possibilidade de extinção da Gigov, Gihab e Jurídico que também são unidades meio.
A Caixa prevê que o fechamento ocorrerá em maio e, aos que já estão informados sobre a extinção, foi dito apenas que terão a função mantida por um prazo de 120 dias, o que já é previsto pelo normativo. Existe um comitê de realocação que é gerenciado pela Gipis Recife que até o momento só manteve contato via e-mail e mensagens, sem orientar de forma clara os empregados.
A Caixa pretende reduzir em 2/3 suas unidades meio. Sem dar qualquer apoio aos afetados. Ainda não se conhece todos os efeitos deste plano maldoso, mas, do que já foi divulgado, devem ser 11 mil empregados que perderão salários, funções ou direitos adquiridos. Somente entre os que terão salário reduzido serão cerca de 5 mil trabalhadores! Agora, em meio a dívidas e congelamento real de salários, milhares de bancários terão retiradas suas funções técnicas e receberão o salário com 30%, 50% e até 80% de redução!
Mas os bancários prometem reagir. Após o Ato desta terça, os empregados da Caixa já se articulam para uma manifestação ainda maior na quinta-feira, 24, em frente a Caixa da rua João Pessoa no Centro de Natal.
Justiça
Paralelo à luta que está sendo travada nas ruas e nas agências, os bancários da Caixa também procuraram a Justiça. Os primeiros frutos começam a aparecer. Em Brasília o juiz Alcir Kenupp Cunha, da 5ª Vara do Trabalho, acolheu pedido formulado pelo Sindicato dos Bancários de Brasília e determinou a suspensão do processo de reestruturação da Caixa Econômica Federal no âmbito do Distrito Federal.
Ao final, determinou que a Caixa apresentasse todos os dados referentes à reestruturação no Distrito Federal, sob pena de multa diária de R$ 250.000,00. A liminar representa mais um passo na luta do Sindicato em favor dos empregados da Caixa atingidos pelo já conhecido “pacote de maldades”. A decisão foi tomada nos autos da AC 318-08.2016.5.10.0005, estando sob os cuidados de LBS Advogados, que presta assessoria jurídica à entidade.
Entretanto, lembramos que os empregados da Caixa não podem ficar à mercê da Justiça. Não é possível acreditar que apenas o processo judicial resolverá tudo, só a luta muda a vida!