SANTANDER: Diretor de banco para América Latina deixa cargo com pensão milionária
23/01/12
O diretor-geral do Santander para a América Latina e integrante do
conselho executivo do banco espanhol, Francisco Luzón, deixará o cargo
nos próximos dias. Luzón está no Santander desde 1997, liderando os
negócios na região, que cresceram e se tornaram a principal fonte de
renda da empresa por meio de uma série de aquisições.
A saída do executivo foi anunciada na quinta-feira (19) por vários sites
de jornais espanhóis. O El País afirmou que a renúncia será aprovada em
uma reunião do conselho do banco na próxima semana. O atual número dois
do Santander na América Latina, Jesús Zabalza, assumirá o posto,
segundo informações da Dow Jones.
Segundo informações da Europa Press, o executivo deve receber uma pensão
acumulada de 55,9 milhões de euros. A esse montante devem ser
acrescentados mais 10 milhões de euros a título de "outros seguros".
Luzón era o segundo executivo melhor pago do banco, atrás de Alfredo
Sáenz.
O anúncio do afastamento de Luzón ocorreu no dia em que a Asociación de
la Banca Española (AEB) rompeu negociações com os sindicatos para a
renovação do convênio (convenção coletiva) dos bancários.
O secretário-geral da Federação Bancária da CC.OO (Comfia), José María
Martínez, reprovou a postura dos bancos espanhóis porque, enquanto
"maltratam" a folha de pagamento dos funcionários, tentando impor um
"congelamento total" dos salários, pagam indenizações "repugnantes" a
seus altos dirigentes.
Os sindicatos espanhóis somente aceitam discutir congelamento do salário
que contemple cláusulas de emprego diante das perspectivas de novas
fusões no sistema financeiro.
A política dos banqueiros para os altos escalões é a mesma em todo
mundo. Cortam empregos e atacam salários dos trabalhadores, mas
preservam os bônus e as pensões milionárias dos altos executivos. Está
na hora de regular o sistema financeiro internacional.