Fundado em 1990, o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Limoeiro do Norte _ SINTSEM, que surgiu inicialmente como uma resposta da categoria frente ao descaso e baixos salários praticados pelo poder executivo na época, tornou-se um dos mais combativos instrumentos de luta dos trabalhadores e trabalhadoras de toda a região jaguaribana até os dias atuais.
Vale ressaltar que a década de 90, foi exatamente o período em que vivenciamos o ascenso da ideologia Neoliberal e da aplicação de seu nefasto receituário no Brasil, cujo eixo era o intenso processo de privatização ainda em curso no governo Lula. Aliado a isso, nos deparávamos com um forte refluxo do movimento de massas e dos sindicatos das mais diversas categorias e o pernicioso processo de burocratização que começava a se aprofundar em algumas organizações de referência nacional como a CUT, que já dava claros sinais de captação e descompromisso para com as bandeiras históricas dos trabalhadores, priorizando as câmaras setoriais com os patrões, em detrimento das mobilizações dos trabalhadores nas ruas.
Dentre os vários episódios da história do SINTSEM, é preciso destacar que, a despeito de toda essa conjuntura, este sindicato protagonizou a maior greve de professores municipais já ocorrida nessa região, parando em torno de 80% das escolas . A represália veio com a demissão em massa de servidores e a demissão sumária de toda a diretoria executiva do sindicato que, sem encontrar na Central a qual era filiado – a CUT _ o amparo político e jurídico necessário, sofreu um forte golpe e somente conseguiu se reestruturar em 2001, tendo a frente o camarada Reginaldo que recém ingressara na categoria. A partir de então, uma nova etapa de lutas se inicia e o SINTSEM se torna o referencial de luta, não apenas dos servidores de Limoeiro, mas dos trabalhadores e trabalhadoras explorados de toda a região jaguaribana. Vários foram os fóruns de luta unificados: participação nos dias de luta, nos 1ºs de Maio, nas Marchas das Margaridas em 8 de março e no “Grito dos Excluídos”, nos fóruns universitários, etc.
Recentemente, foi fundamental o apoio prestado por este sindicato à greve de 10 dias dos trabalhadores superexplorados de uma das empresas de Agronegócio da Chapada do Apodi,Delmonte, em 2008, bem como, a intervenção na vitoriosa greve de 50 dias dos servidores municipais de Tabuleiro do Norte, sem se falar no apoio incisivo que tem dado a todas as paralizações dos professores estaduais, secundaristas e universitários, desde a histórica greve de 2006. Também esteve presente à greve dos professores municipais de Quixeré, solidarizando com o SINTSEMQ, e à paralização dos profissionais da saúde naquela cidade, ainda em curso.
É importante destacar ainda que o SINTSEM, através da mobilização permanente de sua base, conseguiu conquistar a aprovação do Piso Salarial Nacional na íntegra e a reestruturação do PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários), além de ter assegurado mais 17 pontos que abrangem todos os setores/secretarias, modificando de forma significativa a qualidade de vida desta categoria e de toda a população trabalhadora de Limoeiro do Norte, fato que tem servido de exemplo para os demais sindicatos da região, evidenciando mais a cada dia que: “Só a luta muda a vida!”.
Dessa forma, é com muito orgulho que registramos a filiação do SINTSEM á Coordenação Nacional de Lutas (CONLUTAS), realizada nesse dia 28 de junho de 2009, por deliberação unânime em Assembléia Geral Extraordinária da categoria, com presença do Prof. Fábio José C. Queiróz (da Conlutas Estadual) que enfatizou em sua fala os grandes desafios que se colocam hoje prá classe trabalhadora diante da crise internacional, os quais somente poderão ser enfrentados por um instrumento de luta combativo e classista como esta central, que tem como princípios axiais a independência de classe, a democracia operária e o internacionalismo.
Limoeiro do Norte, 23 de julho de 2009.
Zeuza Freitas
