A
menos de três meses de se verem obrigados a cortar drasticamente a
quantidade de taxas cobradas da maior parte dos cartões de crédito em
circulação no sistema, os bancos já se anteciparam e promoveram
reajustes nas tarifas de anuidade.
Levantamento da ProTeste Associação de Consumidores, antecipado para o
Valor , mostra uma forte elevação das tarifas de anuidade, em 2011,
quando comparadas aos preços de 2010. O movimento ocorreu de forma
generalizada nas diversas categorias de cartão de crédito.
A partir de junho, as tarifas de cartão de crédito deverão ficar
restritas a cinco, segundo determinação do Conselho Monetário Nacional
(CMN). Para os cartões emitidos a partir de junho do ano passado, a
determinação já está valendo. Os bancos estão ainda obrigados a ofertar
dois tipos de cartão: o básico, só para pagamentos, e o diferenciado,
que pode ter acoplado benefícios como programas de milhagem. A tarifa de
anuidade do cartão básico tem de ser, necessariamente, menor que a do
diferenciado.
A eventual perda de receita com serviços que deixarão de ser cobrados,
como as taxas de recomposição antecipada de limite de crédito ou para
resgate de milhas, entre vários outros exemplos, pode ter estimulado os
bancos a transferirem esses custos para a tarifa de anuidade do cartão,
segundo a economista da ProTeste Hessia Costilla.
Alexandre Rappaport, diretor da Bradesco Cartões, reconhece que houve
elevação nos preços das anuidades, mas prefere qualificar o reajuste
como um processo de reclassificação. "O que houve, na verdade, foi uma
realocação dos serviços que antes eram cobrados à parte, além de
reposição da inflação", explica.
De acordo com a ProTeste, a anuidade do cartão American Express Blue
emitido pelo Bradesco apresentou, entre 2010 e 2011, a maior variação de
preço dentre todos os plásticos pesquisados, de 270,37% -saltando de R$
27 para R$ 100. O segundo maior aumento coube ao Reward emitido pelo
Santander, que passou de R$ 60 para R$ 180, equivalente a um acréscimo
de 166,67%. Apenas um cartão apresentou queda de anuidade: o Clássico
International do Citi, cuja anuidade recuou de R$ 96 para R$ 66, queda
de 31,25%.
Dos quatro maiores bancos com capital aberto no país, o Banco do Brasil
(BB) foi o que apresentou o maior crescimento de receita com cartão em
2011 ante 2010, de 24,5% (ver quadro). Mas sua base de cartões de
crédito, nesse mesmo período, recuou 17,7% (incluindo os de débito, a
queda foi de 5,6%), em decorrência de um "processo de baixa de cartões
não utilizados", informa o relatório de análise de desempenho do banco.
O mesmo movimento foi observado no Itaú Unibanco. A renda com cartões
subiu 15,6%, entre 2011 e 2010, enquanto o número de cartões de crédito
caiu 8,3%. A análise de resultados de 2011 do Itaú também informa que
houve uma "equalização de conceitos sobre ativação de contas",
acrescentando que "essa queda não gerou quaisquer impactos sobre valor
transacionado desses produtos".
Vale lembrar que a taxa por falta de uso (inatividade) do cartão de
crédito também foi proibida de ser cobrada pelo CMN. Procurados, nem BB
nem Itaú atenderam à reportagem.
A receita com cartão tem outro componente importante: a chamada taxa de
intercâmbio, que é uma parte da tarifa paga pelo estabelecimento
comercial para ter uma maquininha que aceite pagamentos eletrônicos e
que vai para as instituições emissoras. A estimativa da Associação
Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) é de
que o volume de transações com cartões tenha crescido 23% em 2011 ante
2010, a R$ 668,5 bilhões.
A receita com cartão do Santander subiu 17,9% em 2011 ante 2010, e sua
base de cartões de crédito e débito, 11,8%, totalizando 41,7 milhões. Se
considerados somente os cartões de crédito, o crescimento da base foi
um pouco menor, de 7,8%, para 12,4 milhões.
A
menos de três meses de se verem obrigados a cortar drasticamente a
quantidade de taxas cobradas da maior parte dos cartões de crédito em
circulação no sistema, os bancos já se anteciparam e promoveram
reajustes nas tarifas de anuidade.
Levantamento da ProTeste Associação de Consumidores, antecipado para o
Valor , mostra uma forte elevação das tarifas de anuidade, em 2011,
quando comparadas aos preços de 2010. O movimento ocorreu de forma
generalizada nas diversas categorias de cartão de crédito.
A partir de junho, as tarifas de cartão de crédito deverão ficar
restritas a cinco, segundo determinação do Conselho Monetário Nacional
(CMN). Para os cartões emitidos a partir de junho do ano passado, a
determinação já está valendo. Os bancos estão ainda obrigados a ofertar
dois tipos de cartão: o básico, só para pagamentos, e o diferenciado,
que pode ter acoplado benefícios como programas de milhagem. A tarifa de
anuidade do cartão básico tem de ser, necessariamente, menor que a do
diferenciado.
A eventual perda de receita com serviços que deixarão de ser cobrados,
como as taxas de recomposição antecipada de limite de crédito ou para
resgate de milhas, entre vários outros exemplos, pode ter estimulado os
bancos a transferirem esses custos para a tarifa de anuidade do cartão,
segundo a economista da ProTeste Hessia Costilla.
Alexandre Rappaport, diretor da Bradesco Cartões, reconhece que houve
elevação nos preços das anuidades, mas prefere qualificar o reajuste
como um processo de reclassificação. "O que houve, na verdade, foi uma
realocação dos serviços que antes eram cobrados à parte, além de
reposição da inflação", explica.
De acordo com a ProTeste, a anuidade do cartão American Express Blue
emitido pelo Bradesco apresentou, entre 2010 e 2011, a maior variação de
preço dentre todos os plásticos pesquisados, de 270,37% -saltando de R$
27 para R$ 100. O segundo maior aumento coube ao Reward emitido pelo
Santander, que passou de R$ 60 para R$ 180, equivalente a um acréscimo
de 166,67%. Apenas um cartão apresentou queda de anuidade: o Clássico
International do Citi, cuja anuidade recuou de R$ 96 para R$ 66, queda
de 31,25%.
Dos quatro maiores bancos com capital aberto no país, o Banco do Brasil
(BB) foi o que apresentou o maior crescimento de receita com cartão em
2011 ante 2010, de 24,5% (ver quadro). Mas sua base de cartões de
crédito, nesse mesmo período, recuou 17,7% (incluindo os de débito, a
queda foi de 5,6%), em decorrência de um "processo de baixa de cartões
não utilizados", informa o relatório de análise de desempenho do banco.
O mesmo movimento foi observado no Itaú Unibanco. A renda com cartões
subiu 15,6%, entre 2011 e 2010, enquanto o número de cartões de crédito
caiu 8,3%. A análise de resultados de 2011 do Itaú também informa que
houve uma "equalização de conceitos sobre ativação de contas",
acrescentando que "essa queda não gerou quaisquer impactos sobre valor
transacionado desses produtos".
Vale lembrar que a taxa por falta de uso (inatividade) do cartão de
crédito também foi proibida de ser cobrada pelo CMN. Procurados, nem BB
nem Itaú atenderam à reportagem.
A receita com cartão tem outro componente importante: a chamada taxa de
intercâmbio, que é uma parte da tarifa paga pelo estabelecimento
comercial para ter uma maquininha que aceite pagamentos eletrônicos e
que vai para as instituições emissoras. A estimativa da Associação
Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) é de
que o volume de transações com cartões tenha crescido 23% em 2011 ante
2010, a R$ 668,5 bilhões.
A receita com cartão do Santander subiu 17,9% em 2011 ante 2010, e sua
base de cartões de crédito e débito, 11,8%, totalizando 41,7 milhões. Se
considerados somente os cartões de crédito, o crescimento da base foi
um pouco menor, de 7,8%, para 12,4 milhões.
A
menos de três meses de se verem obrigados a cortar drasticamente a
quantidade de taxas cobradas da maior parte dos cartões de crédito em
circulação no sistema, os bancos já se anteciparam e promoveram
reajustes nas tarifas de anuidade.
Levantamento da ProTeste Associação de Consumidores, antecipado para o
Valor , mostra uma forte elevação das tarifas de anuidade, em 2011,
quando comparadas aos preços de 2010. O movimento ocorreu de forma
generalizada nas diversas categorias de cartão de crédito.
A partir de junho, as tarifas de cartão de crédito deverão ficar
restritas a cinco, segundo determinação do Conselho Monetário Nacional
(CMN). Para os cartões emitidos a partir de junho do ano passado, a
determinação já está valendo. Os bancos estão ainda obrigados a ofertar
dois tipos de cartão: o básico, só para pagamentos, e o diferenciado,
que pode ter acoplado benefícios como programas de milhagem. A tarifa de
anuidade do cartão básico tem de ser, necessariamente, menor que a do
diferenciado.
A eventual perda de receita com serviços que deixarão de ser cobrados,
como as taxas de recomposição antecipada de limite de crédito ou para
resgate de milhas, entre vários outros exemplos, pode ter estimulado os
bancos a transferirem esses custos para a tarifa de anuidade do cartão,
segundo a economista da ProTeste Hessia Costilla.
Alexandre Rappaport, diretor da Bradesco Cartões, reconhece que houve
elevação nos preços das anuidades, mas prefere qualificar o reajuste
como um processo de reclassificação. "O que houve, na verdade, foi uma
realocação dos serviços que antes eram cobrados à parte, além de
reposição da inflação", explica.
De acordo com a ProTeste, a anuidade do cartão American Express Blue
emitido pelo Bradesco apresentou, entre 2010 e 2011, a maior variação de
preço dentre todos os plásticos pesquisados, de 270,37% -saltando de R$
27 para R$ 100. O segundo maior aumento coube ao Reward emitido pelo
Santander, que passou de R$ 60 para R$ 180, equivalente a um acréscimo
de 166,67%. Apenas um cartão apresentou queda de anuidade: o Clássico
International do Citi, cuja anuidade recuou de R$ 96 para R$ 66, queda
de 31,25%.
Dos quatro maiores bancos com capital aberto no país, o Banco do Brasil
(BB) foi o que apresentou o maior crescimento de receita com cartão em
2011 ante 2010, de 24,5% (ver quadro). Mas sua base de cartões de
crédito, nesse mesmo período, recuou 17,7% (incluindo os de débito, a
queda foi de 5,6%), em decorrência de um "processo de baixa de cartões
não utilizados", informa o relatório de análise de desempenho do banco.
O mesmo movimento foi observado no Itaú Unibanco. A renda com cartões
subiu 15,6%, entre 2011 e 2010, enquanto o número de cartões de crédito
caiu 8,3%. A análise de resultados de 2011 do Itaú também informa que
houve uma "equalização de conceitos sobre ativação de contas",
acrescentando que "essa queda não gerou quaisquer impactos sobre valor
transacionado desses produtos".
Vale lembrar que a taxa por falta de uso (inatividade) do cartão de
crédito também foi proibida de ser cobrada pelo CMN. Procurados, nem BB
nem Itaú atenderam à reportagem.
A receita com cartão tem outro componente importante: a chamada taxa de
intercâmbio, que é uma parte da tarifa paga pelo estabelecimento
comercial para ter uma maquininha que aceite pagamentos eletrônicos e
que vai para as instituições emissoras. A estimativa da Associação
Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) é de
que o volume de transações com cartões tenha crescido 23% em 2011 ante
2010, a R$ 668,5 bilhões.
A receita com cartão do Santander subiu 17,9% em 2011 ante 2010, e sua
base de cartões de crédito e débito, 11,8%, totalizando 41,7 milhões. Se
considerados somente os cartões de crédito, o crescimento da base foi
um pouco menor, de 7,8%, para 12,4 milhões.