Vicente Guindani tem 25 anos e é o secretário geral mais
novo da história do Sindicato dos Correios no Rio Grande do Sul. Torcedor do
Grêmio, sonha com uma sociedade mais justa como a maioria dos bancários do Rio
Grande do Norte. Guindani veio a Natal participar do Encontro Estadual dos
Bancários a convite do Sindicato. Ele iniciou o painel sobre conjuntura no
evento e logo em seguida concedeu uma entrevista à equipe do jornal Luta
Bancária. Confira:
Luta Bancária –
Você disse no painel que é preciso reforçar o combate ao governo Dilma Rousseff
até mais do que contra certos governos de centro-direita, como o de Sérgio
Cabral (PMDB) e Aécio Neves (PSDB). Porquê?
Vicente Guindani – Na verdade é preciso reforçar também, no caso da Dilma, porque esse tipo de governo veste uma fantasia popular, mas na verdade o conteúdo político é de direita.
LB – Que diferenças você observa nos governos de Lula e da Dilma?VG – O Lula era uma figura mais carismática, tinha uma didática melhor para envolver o povo, era muito popular. Já a Dilma não tem tanto esse lado, não há uma ligação dela tão forte com essa coisa do carisma. Então é mais fácil que as pessoas entendam essa mensagem.
LB – Você acha que os sindicatos estão conseguindo passar essa mensagem?VG – Os movimentos organizados estão buscando isso.
LB - No painel você também citou que várias pessoas que votaram na Dilma estão fazendo greve, como agora nas universidades federais...VG – A verdade é que muita gente votou no governo mas está lutando contra ele. São várias concepções de voto. Tem o cara que voto no governo atual só para a direita não voltar. É a tese do menos pior... no final é uma ilusão.
LB –Qual é a tua visão do movimento bancário?
VG – Eu ajudo os companheiros lá no sul e sei como funciona. Vocês aqui também têm que lutar contra a Contraf/CUT, que seria a nossa FNTEC, duas entidades aparelhadas pelo governo. Mas há o MNOB e agora a Frente Nacional de Oposição Bancária para se opor a isso. Estamos criando também uma oposição análoga à FRENTE NACIONAL DE OPOSIÇÃO. Vocês estão bem mais adiantados que nós.LB – Que recado você daria aos trabalhadores bancários do Rio Grande do Norte?
VG – Que lutem e sejam protagonistas. Ocupem espaços. O Sindicato de vocês é combativo e o que precisa é ampliar o diálogo e lutar ainda mais, seja contra os governos, seja contra os sindicatos pelegos. A luta deve ser incessante.