Desde que chegou ao Brasil, em 1997, o HSBC tem batido recordes de lucros. Porém, ao invés de valorizar seus funcionários, como prêmio para os lucros conquistados, o Banco ataca impiedosamente aqueles que, na prática, são os responsáveis pelo lucro da Empresa. Em junho, o HSBC demitiu sumariamente centenas de trabalhadores em todo o país. Em Natal, o miserável Banco inglês mandou para olho da rua três caixas, reduzindo um caixa de cada agência da cidade. As demissões provocaram sobrecarga de trabalho em quem ficou. Ou seja, aumentou a precarização e a pressão no trabalho.
O Banco se utiliza em algumas agências de métodos ilegais para atender os clientes dando a estagiários função de funcionários. Não cumprem a lei das filas exatamente pela falta de trabalhadores. O diretor financeiro do Sindicato e funcionário do HSBC, Eduardo Xavier ressalta que esse acúmulo de serviço tem levado os bancários ao adoecimento. “Sem falar que os trabalhadores do banco a cada dia que passa tem adoecido mais. São vários colegas adoecidos, e isso não é a toa! O ser humano tem um limite! Ou os funcionários do HSBC não são humanos? Toda a nossa solidariedade para as 3 colegas que foram demitidas!”, afirmou.
Eduardo lembra que como as agências agora só têm dois caixas, quando um não for trabalhar (por férias ou motivo de doença), o atendimento ficará insustentável. “É um absurdo! Esse é o caso da agência cidade jardim! Vai sobrar para o gerente administrativo e a tesoureira, que além de fazer suas atividades, que não são poucas, terão também a tarefa de passarem o dia no caixa”, desabafou.
O sindicalista também bate duro nas festinhas promovidas pelo HSBC para comemorar não se sabe o quê, já que as demissões sem justa causa viraram rotina no Banco. O detalhe é que nem todos são convidados para o rega-bofe 0800 oferecido pela empresa. Trabalhadores adoecidos e dirigentes sindicais liberados são excluídos. “Comemorar o quê? As demissões das colegas? O adoecimento massivo? Os salários achatados? O assédio moral? Os descontos dos programas internos de remuneração da PLR? Na verdade os banqueiros estão comemorando seus altos lucros a custa de muito suor e sangue. E nessa festa nós participamos apenas como garçom”, encerrou.