Os bancários do BanPará estão em greve há dez dias. Foi a primeira base do país a cruzar os braços. Insatisfeitos com a contraproposta do Banco, os trabalhadores mostraram o tamanho da disposição que têm para lutar por melhores condições de salário e de trabalho.
“A direção do Banpará está tratando seu funcionalismo com total desrespeito. Não há o mínimo de sensibilidade e muito menos vontade em atender às reivindicações dos trabalhadores. Exigimos que o banco divida de forma justa os bons resultados que obteve neste ano com os principais responsáveis por tal lucratividade que são todos os bancários e bancárias e não apenas os assessores”, destacou a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.
A manifestação de ontem, no 9º dia de greve, também foi marcada pela irreverência dos palhaços que disfarçados de banqueiros mostraram um pouco dos truques que eles fazem para esconder os lucros e tentar enganar a categoria e a população.
“O governo do Pará, por exemplo, baixou um decreto em que proíbe reajuste para todos os servidores estaduais alegando crise financeira, mas o banco não depende do governo, pelo contrário, repassou R$ 66 milhões para o Estado. Ou seja, tem condições e meios de atender às nossas reivindicações”, explicou a diretora do Sindicato e funcionária do banco, Érica Fabíola.
Já do lado de dentro da agência, no auto-atendimento, outra diretora do Sindicato que também é funcionária do Banpará, Odinéa Gonçalves, esclarecia aos demais colegas de trabalho sobre a importância em aderir à paralisação por tempo indeterminado.
“A greve é um instrumento legítimo que todo trabalhador tem para reivindicar reajuste salarial, melhores condições de trabalho e outras demandas, mas para que o empregador ceda às nossas exigências ele precisa sentir no bolso. Por isso a necessidade de todos aderirem e fortalecerem nosso movimento. Quando o trabalhador está em greve, o contrato de trabalho fica suspenso, ou seja, ele não é obrigado a trabalhar e também não corre o risco de ser demitido ou exonerado”.
Fonte: Sindicato dos Bancários do Pará