É salutar no processo que se apregoa o ENCARREIRAMENTO PROFISSIONAL como algo desejável, tangível e atingível por quaisquer funcionários de uma instituição, que as regras para ascensão sejam claras, precisas, objetivas e técnicas.
Nos últimos anos o Banco do Nordeste tem pautado sua ação em renovar sua linha de atuação como agente indutor do desenvolvimento regional, sendo um ator importante no atendimento às políticas de governo, que, entre suas premissas busca mitigar desigualdades, atendendo de forma diferenciada ao Agente Produtivo.
É nessa direção que caminham as empresas consideradas o Melhor Lugar para se Trabalhar, cuja premiação anual (Great Place to Work), reconhece esforços em compatibilizar interesses de stakeholders e shareholders. A chamada Governança Corporativa prestigia a Ética nas relações de produção e trabalho, buscando atingir resultados que possibilitem a determinada empresa cumprir seu papel social, no ditongo paradoxal Lucro versus Desenvolvimento.
O BNB é imprescindível para o desenvolvimento regional, pois ainda é a instituição que faz chegar recursos do FNE a todos os rincões do Semi-árido, sendo o braço do governo Federal em todos os municípios do Nordeste, incluindo cidades com economia estagnada e regiões de risco. Isso é motivo de muito orgulho para seu corpo funcional, a maioria de origem humilde, que sente enorme prazer ao dar sua contribuição para atingir a Missão da instituição.
As políticas de governo para atendimento a mini e pequenos produtores e empresários (rurais e urbanos) são a tônica das atribuições da empresa, mesmo que ultimamente os recursos do FNE tenham sido carreados para as mega-operações, como as empresas de Energia Eólica, desvirtuando o papel de fomento ao desenvolvimento das atividades geradoras de mão de obra nos segmentos da base da pirâmide.
Mais do um que perfil técnico-político, este novo gestor tem o desafio de lutar pela flexibilização de exigências normativo-legais, cujo excesso de burocracia excluem o mini, micro e pequenos empresários e produtores rurais do acesso ao crédito;
Outro desafio é desvincular a empresa de mais uma concorrente das instituições privadas, cujo atendimento se faz pela via da reciprocidade (substantivo para “venda casada”) com a exigência de contratação de seguros de vida e bancários, aquisição de títulos de capitalização e aplicações financeiras, o que fatalmente desvirtua o papel de agente de políticas públicas e o torna cada vez mais parecido com apenas mais uma empresa Comercial (e distanciando-a de seu papel de fomento ao desenvolvimento);
Nesse cenário, e na contramão de tudo o que se tem apregoado, a falta de transparência nos processos de suprimento de funções em comissão EM TODOS OS NÍVEIS desestimulam o encarreiramento. Foi o que se observou nos anos recentes, em que superintendências foram administradas como feudos, e muitas funções foram “vagadas”, por descomissionamentos injustificados, e cujas vagas foram preenchidas sem abertura de processo de concorrência. E mais: dezenas foram encerradas sem o suprimento da função, mesmo que houvessem candidatos inscritos, aptos, disponíveis e que atendiam aos requisitos objetivos exigidos para o cargo, e com disposição para assumir a vaga - a alegação, geralmente é a de que os candidatos não "saem bem" na entrevista (etapa eliminatória e totalmente subjetiva).
Outro desafio para o novo gestor é observar que as mulheres ainda são minoria nos cargos de gerências intermediárias, o que implica em menor remuneração para os funcionários do sexo feminino, quando comparado aos do sexo masculino. Na instituição não há paridade de tratamento entre os funcionários (conforme o ano de concurso e período de ingresso na empresa), e o princípio da Isonomia não é respeitado - há vantagens que são percebidas apenas por parte dos funcionários e há gerentes de mesmo nível, função e complexidade recebendo salários diferentes.
Embora haja compromisso da instituição com o Governo Federal para implementar a bancarização, esta ainda não é efetiva, pois a pulverização do crédito é algo fictício, para justificar bilhões que foram destinados para projetos que atendem a interesses econômicos, que não geram empregos, nem renda permanentes, e por vezes são alvos de desvios, conforme investigações que ocorrem em todos os estados da região.
O corpo funcional tem esperança de uma política de valorização profissional, com mais transparência e oportunidades reais e concretas de ocupação de espaços profissionais compatíveis com a formação profissional e identificação com as tarefas, além de verem implementados princípios de Isonomia a todo o quadro de funcionários;
Desse modo, espera-se que o preenchimento da concorrência que foi aberta no dia 14.08.12, para a função de SUPERINTENDENTE ESTADUAL DO BNB NO RN, não seja de araque como aconteceu com tantas outras.
A título de ilustração, certamente por coincidência no mesmo dia de abertura do processo de concorrência, a direção do Banco nomeou um substituto interino para esta Superintendência, que já vinha atuando com toda uma equipe de interinos. Com o atual, é a QUINTA pessoa que ocupa o mesmo cargo de superintendente SOMENTE NESTE ANO DE 2012 no Rio Grande do Norte. Ainda haverá uma SEXTA pessoa; espera-se; isso se certas perguntas já não estiverem respondidas:
Quem vai ganhar a concorrência? O quadro já está pintado e a pedra está cantada?
A prática tem mostrado claramente que elas (as concorrências) não cumprem o propósito a que se destinam, posto que não permitem oportunidades iguais para todos, e critérios subjetivos e até forças do além influenciam no resultado.
Está escrito na concorrência no item GESTÃO POR COMPETÊNCIAS que o escolhido deverá ter a Capacidade de saber coordenar e lidar com pessoas. Tomara que esse milagre aconteça.
Vamos aplaudir se o selecionado preencher pelo menos o critério básico da famosa pauta da meritocracia como é dito com muita propriedade nos palanques do Banco.
Queremos um Superintendente que utilize a critério de encorajar a equipe ao invés da intimidar, que não contribua para o adoecimento dos bancários através do trabalho gratuito e do assédio moral e da perseguição pessoal, que conquiste autoridade sem usar de autoritarismo, que não use dois pesos, duas medidas, que tenha atitudes proativas ao invés de atitudes intransigentes, que não transforme o Plano de Função, num objeto do toma lá da cá, que use do bom senso como meio de solucionar os conflitos, que não faça do BNB uma masmorra, que use equidade ao invés da perversidade, que troque a ditadura fascista pela democracia do trabalho, que respeite os direitos alheios sem violar a Declaração Universal dos Direitos Humanos mais frágeis.
Os funcionários esperam reconquistar o direito a ter direitos. Inclusive o direito básico de sorrir. É este um preceito fundamental de um ser humano feliz e sinal de que a pessoa sabe o que é ALEGRIA!
FRANCISCO RIBEIRO de Lima - Chicão
JOSERRÍ de Oliveira Lucena