CAIXA não avança e empurra bancários para a greve
17/09/12
O Comando Nacional dos Bancários retomou sexta-feira passada as negociações da pauta específica dos empregados
com a Caixa Econômica Federal, em São Paulo. O banco não apresentou
proposta decente para as reivindicações dos bancários da Caixa.
A nova rodada aconteceu após o envio de cartas aos bancos federais pelo Comando, no dia 6, exigindo a continuidade das negociações, a
exemplo das correspondências com o mesmo teor encaminhadas para a
Fenaban e aos quatro maiores bancos privados (Itaú, Bradesco, Santander e
HSBC).
Sem avanços
O banco se comprometeu a cumprir a regra da
PLR estabelecida na Convenção Coletiva, mas não garantirá a PLR Social,
alegando que a depender do valor definido na mesa da Fenaban o valor
poderá ficar além do teto estipulado pelo governo.
Em relação à ampliação do quadro de pessoal, a Caixa disse que pretende
chegar até dezembro de 2013 com 95 mil empregados, sendo que hoje o
número é de 89 mil.
Saúde Caixa
A Caixa propôs o custeio de 50% do valor de medicamentos de uso
contínuo, englobando uma lista que inclui em torno de 50 remédios não
subsidiados pelo SUS.
Outro ponto diz respeito à manutenção do Saúde Caixa para filhos dos
empregados, com idade entre 21 e 27 anos. Hoje eles podem ser incluídos
no plano, desde que estejam cursando a primeira graduação e não tenham
renda.
Promoção por mérito
Para que os empregados tenham pontuação na obtenção da promoção por
mérito, um dos critérios objetivos é realizar no mínimo 100 horas de
curso na Universidade Caixa durante o ano de 2012.
Outro ponto proposto pelos bancários é o de contabilizar horas mínimas
do curso dentro do próprio expediente. Mas o banco não tem posição sobre
isso.
TesoureirosOs tesoureiros enfrentam condições desumanas de trabalho, mas a Caixa
não apresentou nenhuma solução na mesa de negociação. O banco, ao criar o
Plano de Funções Gratificadas (PFG) em 2010 para substituir o antigo
PCC, resolveu diminuir de 8 horas para 6 horas a carga horária de
trabalho das funções técnicas, mas manteve o tesoureiro, antigo técnico
de operações de retaguarda TOR, com jornada de 8h.
Outro ponto que piora as condições dos tesoureiros é o fato de a Caixa
ter colocado estes empregados como responsáveis pelo novo projeto, o
"Bela Agência". Para o coordenador da CEE/Caixa, "a iniciativa do
projeto é boa. A Caixa destina uma verba para que as agências contratem
serviços de manutenção de pequena monta diretamente, sem depender da
área de logística, simplificando o processo. O problema é que
sobrecarregou ainda mais estes empregados com atividades que não dizem
respeito a sua função, como levantamento das condições da agência tais
como, problemas de vazamento, de jardinagem, com móveis e equipamentos,
pintura, piso danificado etc".
Saúde do TrabalhadorA Caixa marcou posição contrária à proposta dos bancários sobre
implantar estruturas específicas, no mínimo uma por estado, para
atendimento da saúde do trabalhador e Saúde Caixa.
Outros pontos debatidosA Caixa informou sobre a divulgação da Comunicação Eletrônica (CE) da
VIPES/DEPES nº 017, de 2012, que orienta todas as unidades da rede a
respeito da proibição de divulgação de ranking, conforme previsto na
Convenção Coletiva.
Principais reivindicações específicas dos empregados da CaixaOs dirigentes sindicais enfatizaram a necessidade de atendimento da
pauta específica dos empregados, destacando as principais
reivindicações: ampliação do quadro de empregados (chegando a no mínimo
100 mil até o fim de 2013), cumprimento da jornada de seis horas sem
redução de salários para todos os empregados independente da função,
melhores condições de trabalho, ATS e licença-prêmio para todos, solução
dos problemas do Saúde Caixa, fim à discriminação dos participantes do
REG/Replan não-saldado e do voto de Minerva na Funcef, tíquete para os
aposentados e pagamento integral de toda hora extra realizada.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo