São Paulo – O Santander
lucrou R$ 1,501 bilhão no terceiro trimestre deste ano, segundo balanço
divulgado pela instituição financeira nesta quinta-feira 25. O resultado
representa crescimento de 2,5% em relação ao trimestre anterior.
A carteira de crédito total cresceu 0,8% no terceiro trimestre e 10,1% em doze
meses, e somou R$ 207,334 bilhões em setembro. A modalidade pessoa física
registrou elevação de 9,5% em doze meses e de 0,8% no trimestre, com maior
destaque para cartões e crédito imobiliário, que responderam por 72% do
resultado. A carteira de financiamento ao consumo totalizou R$ 36,3 bi no nono
mês do ano, correspondendo a aumento de 11% em doze meses e de queda de -0,9%
no trimestre. A de pequenas e médias empresas teve alta de 19,5% em doze meses
e de 3,6% no trimestre, totalizando R$ 34,8 bi em setembro. E o grupo grandes
empresas teve crescimento de 5,7% em doze meses e de 0,4% entre julho e
setembro.
O patrimônio líquido em setembro totalizou R$ 51,944 bilhões, excluindo R$
13,847 bi referentes ao ágio da aquisição do Banco Real. O crescimento foi de
7,9% em relação a setembro de 2011 e de 1,7% comparado com o trimestre
anterior. A rentabilidade – retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) –,
ajustada pelo ágio, atingiu 12,5% no acumulado até setembro de 2012.
As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 7,386
bilhões nos nove primeiros meses do ano, alta de 11,4% em doze meses e 7,3% no
trimestre. Essa receita cobre em 159% a despesa com pessoal. A relação receita
com serviços e tarifas versus despesa de pessoal era de 166% em setembro de
2011.
A despesa com pessoal, incluindo PLR, aumentou 10,2% em doze meses e 2,8% no
trimestre. O aumento no trimestre reflete o incremento das despesas com
salários, encargos sociais e benefícios, devido às conquistas da Campanha
Nacional dos Bancários 2012.
“O resultado é bom e mostra que o banco tem todas as condições de valorizar
seus funcionários, que são os responsáveis pelo lucro do banco”, afirma a
secretária de Finanças do Sindicato e coordenadora da mesa de negociação com o
Santander, Rita Berlofa.
O Santander contratou mais bancários.
Entre setembro de 2011 e setembro de 2012 houve um acréscimo de 2.350 postos,
um aumento de 4,5%. Passou de 52.770 funcionários em setembro de 2011 para
55.120 em setembro deste ano. No trimestre, houve acréscimo de 202 vagas, ou
seja, aumento de 0,4%. Em 12 meses, o banco também abriu 90 novas agências.
“A contratação é positiva, mas ainda persiste o problema da falta de bancários.
A instituição inaugurou 90 agências, de onde se deduz que essas contratações
foram para suprir esse aumento da rede. Portanto, é preciso que o banco avance
mais nesse sentido e contrate mais. Isso melhoraria consideravelmente a
qualidade de vida do trabalhador e o atendimento ao cliente”, ressalta a
dirigente.
Nos nove meses do ano, o lucro
líquido gerencial da instituição totalizou R$ 4,731 bilhões, queda de 5,7% em
comparação com igual período de 2011.
Houve aumento das despesas com provisionamento para devedores duvidosos (PDD),
o que contribuiu bastante para a redução do resultado do banco no ano. Esse
gasto chegou a R$ 11,390 bilhões em setembro, um crescimento de 31% em relação
a setembro do ano passado. É importante ressaltar que houve queda considerável
do PDD em relação ao segundo trimestre do ano, com redução de 17,2% dessa
despesa. Ainda assim, o PDD continua sem justificativa diante dos índices de
inadimplência. A inadimplência superior a 90 dias atingiu 5,1% do total da
carteira de crédito, com pequena elevação de 0,8 p.p. em relação a setembro de
2011 e 0,2 p.p. quando comparada ao trimestre anterior.
“Apesar de ter caído, o PDD continua muito alto e há margem para uma maior
redução, o que seria positivo para o balanço, elevando o resultado final da
instituição”, diz Rita.
Outros fatores importantes no resultado do banco foram tesouraria (TVM) e as
aplicações compulsórias, ambas tiveram resultado negativo no trimestre,
influenciado principalmente pela queda na taxa básica de juros, a Selic.
> Bancos terão depara
lucrar
O Brasil continua representando
uma fatia considerável do resultado global do banco espanhol, que corresponde a
26% dos lucros totais do grupo no mundo. Crescimento de 1.p.p. em relação ao
mesmo período de 2011.
O balanço mundial da instituição totalizou 1,8 bilhão de euros (R$ 4,73
bilhões) de janeiro a setembro de 2012, resultado 66% menor do que o
apresentado no mesmo período do ano passado, consequência da crise financeira
na Europa e da recessão na Espanha.