Não é de hoje que a AFBNB denuncia casos de danos e assédio moral no Banco do Nordeste e cobra atitudes efetivas da superior gestão, que insiste em negar a existência de tais atos e não toma atitude concreta no sentido de extinguir essa prática. Dessa vez, nossas atenções se voltam ao ETENE.
O ETENE em sua natureza é um espaço do Banco que, por suas funções e objetivos, tem as tarefas de construir trabalhos técnicos e científicos que analisam o Nordeste e o Brasil, em seu contexto social, político e econômico para fins de municiar a alta administração do Banco do Nordeste de instrumentos eficazes no cumprimento de sua missão constitucional.
Assim, seus quadros devem possuir, em seu processo dinâmico de formação e renovação permanentes, inspiração criadora, renovadora, dialética, contestadora que busca encontrar caminhos para a Região e soluções para os grandes problemas do país. Com efeito, na própria história do BNB, houve produção intelectual e científica do ETENE que o levou, e a seus quadros, a merecidos reconhecimentos e elogios da sociedade brasileira (política e civil) como um facho de luz no grande universo brasileiro, diante do conhecimento da vida econômica e social, na perspectiva de uma viagem venturosa para o futuro.
Conquistou este pódio porque, no seu ambiente de trabalho – de construção e criação do pensamento – não há medo à liberdade de seu trabalho ou o negar ao questionamento, o renegar à criatividade. Jamais se situou, portanto, no imobilismo – mental, científico, técnico – enfim, no imobilismo do pensamento.
A AFBNB tem a responsabilidade política de lutar incondicionalmente contra ações que objetivem a destruir tais condições de trabalho, porque podem trocar a grandeza que o intelectual e pesquisador deve possuir pela negação ao pensar, o terror ante o pensamento e a inteligência, o medo ao que se questiona.
O ETENE, em seu difícil chão, jamais entregou-se à docilidade; resistiu, assim como todas as áreas do Banco, à ditadura militar e insurgiu-se contra a era de sombras do regime de exceção estabelecido no Banco do Nordeste de 1995 a fevereiro de 2003, marca do autoritarismo neoliberal.
Em nossos dias o ETENE continua sendo um reduto de resistência ao autoritarismo – que vem sob a forma de dano e assédio moral, na tentativa de solapar a autoestima e a reputação profissional de seus trabalhadores e de quebrar sua resistência psíquica através do autoritarismo corporativo e hierárquico, especificado, no caso, na pessoa do Superintendente da área.
Mas, o ETENE jamais renegará sua própria assinatura, sua palavra, sua história e sua militância intelectual orientadoras de uma afirmação: seu compromisso com os valores da democracia e da liberdade e com a verdade científica.
Assim, a AFBNB jamais se furtaria a apoiar a insatisfação criada com as condições humanas adversas de trabalho que ali se instalou, sobretudo porque já é do conhecimento de outras instâncias de caráter retificador de comportamento, assunto levado por trabalhadores indignados com as violências contra a sua autoestima moral e profissional. Além disso, a chaga do assédio moral já foi levado ao conhecimento do próprio presidente do Banco pela AFBNB.
A Associação conclama a todos os companheiros do BNB, inclusive os gestores do Banco, a empunhar a luta contra tais práticas que comprometem o futuro da instituição. A coisa é tão mais grave e a nossa responsabilidade é gigantesca, porquanto estamos no processo de formação de novas gerações de técnicos para este escritório de estudos.
Por fim, companheiros, dizem que o burro, dentre outros motivos é chamado como animal menos inteligente pelo fato de aceitar passivamente a canga e a cangalha; mas com gente é diferente! Como bem escreveu Geraldo Vandré, “Porque gado a gente marca/ Tange, ferra, engorda e mata/Mas com gente é diferente...”
A diretoria da AFBNB