O Banco do Brasil apresentou as condições gerais do novo plano de cargos
comissionados que será implantado já no dia 28/01, de forma unilateral, sumária e imposta goela abaixo. As cláusulas detalhadas ainda não são conhecidas, no
que é mais um desrespeito absurdo por parte do governo Dilma, de onde partiu
este plano de arrocho brutal! De qualquer forma, a estrutura apresentada já
deixa claro que é uma agressão histórica aos direitos dos trabalhadores, com ilegalidades gritantes e um conteúdo ultraneoliberal.
As medidas do BB e Dilma afrontam até mesmo a constituição, ao preverem redução de salários, de quem passar das ilegais 8 horas de jornada para 6h, o que nada mais deveria ser que uma adequação à regra do serviço bancário, não sendo nenhuma “escolha” ou “vantagem”. Dilma e BB, ao contrário, tratarão de corrigir uma aberração, que é a jornada extrapolada de 8h, como forma de obter mais lucro.
Vão reduzir salários e explorar ainda mais aqueles que estiveram sendo explorados todos estes anos. Só muda a forma: ao invés de trabalho não pago integralmente, com a 7ª e 8ª horas, que eram extras, sendo pagas como normais; agora se convertendo em arrocho salarial, que vai fazer murchar os contracheques dos trabalhadores, num momento em que a inflação dos gêneros básicos está disparando.
O verdadeiro “plano de austeridade” de Dilma, ao estilo do que os governos da Grécia, Espanha e Portugal têm feito contra seus trabalhadores, criará cerca de 20 mil novas comissões de 6 horas, que serão disponibilizadas para trabalhadores que hoje exercem funções de 8 horas e que terão a “opção” de migração (com redução de salário!).
A direção do BB afirmou cinicamente que nenhum funcionário será obrigado a migrar e que os eventuais passivos serão tratados com o funcionário através de Comissão de Conciliação Voluntária (CCV). Ora, ao mesmo tempo em que diz não haver “obrigação”, não há nenhuma garantia de que não haverá punições, como o próprio descomissionamento, a quem não fizer esta “opção”. Da mesma forma, o fórum apresentado para resolver os impasses, a CCV, é um ambiente nefasto, patronal e de assédio sobre os trabalhadores.
Ainda é grande a probabilidade de que se exija dos funcionários “optantes” que desistam de ações trabalhistas para reivindicar os passivos trabalhistas a que teriam direito. E, ainda por cima, o BB sequer apresentou quais os cargos que serão enquadrados como 6 horas. O que fez foi anunciar que, para as comissões cuja jornada entender que devam seguir como 8 horas, se irá extinguir a atual função e será criada outra similar, também de 8 horas, com prazo de 6 dias para o funcionário concordar ou não em assumir o “novo” cargo.
Este plano é um ataque grosseiro e violento contra o trabalhador do BB, e prepara o
terreno para uma avalanche de assédio moral para que o bancário que depende de
sua comissão aceite esta bordoada que vai receber. E, lamentavelmente, a Contraf/CUT e a Contec são cúmplices deste ataque, à medida que legitimam as CCVs e se recusaram a mobilizar a categoria durante todo este período, em que já se anunciava que viria um grande ataque.
A Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB) convoca os bancários de
base e aos sindicatos e oposições de luta, por fora das entidades governistas, a construirmos uma forte mobilização, com paralisações, em todas as unidades do Banco do Brasil, para não permitir a implementação deste Plano.
Nossa posição é para que nenhum trabalhador faça a adesão a esta chantagem, e que conheçamos os detalhes do plano e o enfrentemos, no sentido de impor um plano que garanta a
jornada de 6horas para todos, e não apenas para alguns; que impeça a redução de
salários e que imediatamente preveja a convocação de milhares de trabalhadores dos últimos concursos, como forma de ampliar o quadro de funcionários, permitindo que a
redução de horas seja efetivamente aplicada e que se descongestionem as
agências, acabe com a sobrecarga de trabalho hoje existente e melhor se atenda
ao público.
Fonte: site da Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB)