Os bancos se modernizaram, mas o sistema de exploração nas agências do Itaú continua como nos tempos da escravidão. Dois meses se passaram depois da última reunião entre a direção do Itaú e o Sindicato, ocasião em que a diretoria cobrou do Banco o fim das pressões, do desvio de função e do assédio moral, mas a situação piorou. A compensação de horas, ilegal de acordo com a convenção coletiva assinada na mesa de negociação pelos banqueiros, vem sendo praticada sem dó nem piedade em todas as agências de Natal.
Como o diálogo não funcionou com a direção do Itaú, o Sindicato decidiu procurar as vias da Justiça e denunciou a ilegalidade da compensação de horas à Superintendência Regional do Trabalho (antiga DRT).
Segundo a diretora do Sindicato e funcionária do Itaú, Albertina Bertino, hora extra feita é hora extra paga. “Não abrimos mão, em hipótese alguma, do cumprimento integral do acordo coletivo. É de uma cara de pau enorme o Banco se reunir com o Sindicato e menos de três meses depois piorar a situação. No primeiro mês até que as coisas andaram, já que o próprio Fidel, diretor do Banco, nos informou que iria arrumar a casa. Mas foi só o tempo passar para o chicote voltar com tudo. O Itaú é, hoje, uma grande senzala de exploração”, afirmou.
Albertina pede que todos os bancários do Itaú e de outros bancos que se sentirem lesados, denunciem a prática ao Sindicato. “Temos que dar nossa resposta nessa greve, momento em que o nosso acordo coletivo se renovará. Vamos refletir sobre isso e ir até as últimas consequências”, afirmou a sindicalista.