A assembleia geral dos bancários aprovou por unanimidade nesta quinta-feira o calendário de mobilizações proposto pelo Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB). O Sindicato, conforme prevê o calendário, já convocou os bancários para a greve no dia 24 de setembro. Haverá duas assembléias na próxima semana: uma no dia 21 (segunda-feira), para cumprir os trâmites jurídicos de convocação de uma assembleia com indicativo de greve, e outra no dia 23 (quarta-feira), para avaliar, na véspera do início da greve. Também foi aprovada uma moção de repúdio à truculência do prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado, que agrediu funcionários da saúde no município, e outra de apoio aos servidores que vem enfrentando uma guerra contra a prefeitura. Os bancários ficaram de se organizar nas agências para formar os piquetes a partir do dia 24.
A aprovação do calendário de mobilizações do MNOB é uma resposta à Fenaban, que anunciou um reajuste indecente de 4,5%, bem distante dos 30% pedidos pelos bancários.
Por decisão da assembleia, o Sindicato vai às agências a partir desta sexta-feira mobilizar a base para a greve já dia 24 de setembro, próxima quinta-feira. O diretor de Formação Política do Sindicato, Eduardo Xavier, ressaltou a importância do momento. “Não tenho nenhuma dúvida que a categoria vai à greve. Historicamente essa categoria tem demonstrado isso. Em 2004, fizemos uma greve de 31 dias e saímos vitoriosos. Antes tínhamos os banqueiros e os governos. A partir de 2003, surge um elemento novo. A contraf/CUT. Deveriam estar lá para nos defender e recebem R$ 5 mil de comissão. Eles não vão atrás das perdas porque não tem perdas. Essa categoria, por tudo o que tem passado, vai fazer uma greve forte”, afirmou.
Confira, abaixo, o calendário do MNOB:
Dia 17.09 - Assembléia com indicativo de paralisações.
Dia 18.09 - Atos públicos e Paralisações.
Dia 23.09 Assembléia com indicativo de Greve por tempo indeterminado
Dia 24.09 GREVE GERAL.
Leia alguns depoimentos dos bancários na Assembléia:
“Se a gente não quebrar a mesa e resistir, não chegaremos lá. Precisamos de muita gente na assembléia para discutir o que a categoria deseja. Quanto mais gente, mais legítima será nossa assembléia”
Marta Turra, diretora do Sindicato e funcionária da CAIXA
“Tínhamos a expectativa dessa proposta apresentada, ou seja, a inflação. A categoria está com o sentimento muito fraca. Se os patrões querem evitar uma greve em nível nacional, tem que apresentar uma proposta decente. Temos que rejeitar essa proposta e preparar a greve por tempo indeterminado”.
Juvêncio Hemetério, diretor financeiro do Sindicato
“Essa é uma proposta irrisória, temos que ir para a luta mesmo, montar a mobilização e mostrar para os banqueiros que não aceitamos essa proposta. Nosso inimigo é a CUT. Temos que usar todas as armas que temos para derrota-la”.
Eugênio - BB Jaguarari
Não podemos nos calar, essa é a oportunidade. Meus gerentes de contas são massacrados. Dizem que não agüentam mais. Quanto mais a coisa apertar, mais a gente tem que resistir”
Maria Dantas – diretora do Sindicato e funcionária do BB Prudente de Moraes
“Não tenho nenhuma dúvida que a categoria vai à greve. Historicamente essa categoria tem demonstrado isso. Em 2004, fizemos uma greve de 31 dias e saímos vitoriosos. Antes tínhamos os banqueiros e os governos. A partir de 2003, surge um elemento novo. A contraf/CUT. Deveriam estar lá para nos defender e recebem R$ 5 mil de comissão. Eles não vão atrás das perdas porque não tem perdas. Essa categoria, por tudo o que tem passado, vai fazer uma greve forte”.
Diretor do Sindicato e funcionário da CAIXA Ribeira, Eduardo Xavier.
“O MNOB puxou todos os indicativos de greve. Notícia de que a Contraf-CUT concorda com a nossa tática foi muito boa. Temos várias categorias que conseguiram essas perdas, então temos que pedir mesmo. A proposta do MNOB contempla o que deseja a categoria”
Bancário da CAIXA Alecrim José Xavier
“O movimento não está pedindo as perdas, ele está cobrando. Temos que tirar essa idéia da cabeça. O movimento sempre pediu as perdas totais. Depois, com essa virada da CUT, aí é que as coisas mudaram. Faço um apelo aos colegas para que todos participem da assembléia porque aqui cada um pode dar sua opinião”.
Diretor do Sindicato e funcionário do BB Tirol Gilberto Monteiro
“Não tenho nenhuma dúvida de que essa greve sai até a próxima semana. E não foi pelo que a Contraf-CUT divulgou. A assembléia é prova disso. Essa é a primeira assembléia de organização salarial onde não estamos deflagramos nenhuma greve e encontramos essa quantidade de gente aqui. Foi por isso que esse calendário saiu. Temos que rejeitar essa proposta. Toda essa lucratividade é uma vergonha”.
Juary Chagas – diretor do Sindicato e funcionário da CAIXA
“Não temos que ter medo de dividir para somar. Às vezes a divisão é benéfica, como foi há 20 anos, quando rompemos com a Contec e criamos a CUT, que infelizmente se degenerou. Somos três minúsculos sindicatos em número, mas somos gigantes no querer. Sem calçar sapato alto, na humildade. A hora é essa. É possível pensar diferente. Vamos ficar unidos em nome de uma falsa unidade? Não! Não tenho dúvida do que a greve a partir do dia 24 é o correto”.
Liceu Carvalho, Coordenador geral do Sindicato e funcionário da CAIXA.
