O Sindicato cumpriu a determinação da assembléia geral da categoria e intensificou as mobilizações nas agências dos Bancos nesta sexta-feira. A receptividade dos clientes e dos bancários não poderia ser melhor. Aplausos e palavras de incentivo, principalmente por parte da população, encheram de esperança a direção do Sindicato de que a greve geral marcada para o dia 24 de setembro será ainda maior que a do ano passado, quando a categoria parou por 25 dias. Para deixar as visitas mais agradáveis, o Sindicato contratou a violonista Anuska para, como dizia o poeta Cazuza, transformar o tédio (das filas enormes) em melodia.
Durante todo o dia, a direção passou pelos bancos BB e CAIXA; na Ribeira, BB, Bradesco e Itaú, no Alecrim; BB, da avenida Jaguarari; além do BB, Real (as duas agências), BNB, Unibanco e Itaú, da avenida Prudente de Moraes.
A alta lucratividade dos Bancos, que, juntos, lucraram R$ 14,3 bilhões nos primeiros seis meses de 2009 foi o argumento usado pela direção do Sindicato para pedir o apoio da população. Segundo o diretor de saúde do Sindicato, Robério Paiva, mesmo com os lucros lá em cima, os bancários seguem com salários baixos e uma participação nos lucros das empresas pequena. “Só o que não diminui são os lucros dos bancos e a exploração dos trabalhadores. Nessa Campanha Salarial, temos que dar uma resposta a esses 11 meses de terror”, disse.
Uma das cenas mais chocantes constatadas pela diretoria do Sindicato ocorreu no Banco do Brasil da agência Prudente de Moraes. A funcionária do atendimento à Pessoa Física do BB e diretora do Sindicato, Maria Dantas, trabalhava sozinha no primeiro andar enquanto uma multidão revoltada esperava atendimento. O diretor financeiro do Sindicato, Juvêncio Hemetério, falou da exploração a que os bancários vêm sendo submetidos nas agências. “Vocês não têm que descontar no funcionário, não, mas no patrão. Os bancários são tão explorados pelos banqueiros como os clientes. Estamos exigindo nessa Campanha Salarial a contratação de mais funcionários. Vocês estão vendo a situação do Banco do Brasil. Precisamos do apoio de todos”, afirmou recebendo o reconhecimento da população.
Para o diretor de formação política do Sindicato, Eduardo Xavier, o movimento promovido pela entidade foi um sucesso. “Foi muito bom. Os clientes estão entendendo o problema, nos deram grandes demonstrações de apoio. Até porque as altas taxas de juros e as tarifas não condizem com o péssimo atendimento que existe nas agências pela sobrecarga de trabalho e a fala de funcionários. Em relação à base, também temos tido uma resposta muito boa. Todos sabem que a greve será difícil, mas também acreditamos no sucesso dela”, disse.
Uma funcionária do Banco Real que pediu para não se identificar afirmou que espera uma greve ainda mais forte que a do ano passado. “A situação é muito ruim para os bancários e clientes. Espero uma vitória ainda maior que a do ano passado. E falo em relação ao reajuste e outros benefícios”, concluiu.