Os funcionários do Banco do Nordeste paralisaram suas atividades por duas horas, em diversas capitais, nesta quinta-feira, 27/06, contra a reestruturação que está em andamento no BNB. O ato contou com a mobilização da AFBNB e Sindicatos locais e contou com a adesão maciça dos funcionários.
Em Natal-RN, o Sindicato dos Bancários do RN (SEEB/RN) em Assembleia Geral Extraordinária com funcionários do BNB, realizada na última terça-feira, dia 25, decidiu pela paralisação de advertência. Funcionários aderiram ao movimento VESTIDOS DE PRETO, paralisaram suas atividades e junto com representantes do SEEB/RN e AFBNB, postaram-se na frente da agência Prudente de Morais e Central de Retaguarda Operacional, retardando as atividades por 2 horas.
O objetivo do protesto foi repudiar a atitude da diretoria do Banco que implementou um processo cruel, denominado de “reestruturação”, sem ouvir os trabalhadores via entidades de classe e desrespeitando o Código de Conduta Ética da empresa, gerando um clima de muita ansiedade e apreensão nos trabalhadores e suas famílias.
O processo de reestruturação no BNB foi planejado e imposto de cima prá baixo, com prejuízos à classe trabalhadora, que, pega de surpresa, vive um clima de terror, pânico e desespero. Muitos pais e mães de família tiveram seus postos de trabalho extintos e não sabem para onde serão deslocados. Muito do processo ainda é um incógnita, mas sabe-se de arrumadinhos para abrigar apadrinhados nas estruturas recém-criadas, sem o devido processo de Concorrência Interna, através de um artifício denominado “lateralidade”.
Os funcionários não são contra processos de reestruturação, até porque são sabedores das dificuldades de trabalho, cujas agências têm cenário de situação insalubre de trabalho, alta exposição ao risco, mobiliário inadequado e parque tecnológico precário.
Temas importantes não têm sido discutidos, e a presente reestruturação não passa de cortina de fumaça, para dar um ar de lisura na gestão da coisa pública.
A Direção do Banco não diz uma palavra com relação ao fim das terceirizações e convocação de novos funcionários para suprir as agências existentes e a abrir (tão amplamente divulgadas), ou pela precarização do trabalho, o acúmulo de tarefas, a cobrança de metas abusivas, o assédio moral, a extrapolação da jornada de trabalho, o adoecimento dos funcionários, a gestão temerária de recursos da Caixa de Previdência, o sucateamento da Caixa de Assistência Médica, as demandas trabalhistas (seja de responsabilidade de qual gestão tenha sido), um plano de aposentadoria que permita dignidade de vida nos últimos dias para aqueles que dedicaram 30, 35, 40 anos de suas atividades à empresa... e que hoje não podem se aposentar porque seus rendimentos foram corroídos pela CAPEF e pelo Fator Previdenciário.
Nesse particular é, no mínimo, um desrespeito ao Estatuto do Idoso, uma vez que têm sido registrado casos de preconceito aos funcionários antigos, coagidos a deixar as funções, preteridos em processos de concorrência interna e induzidos a se aposentarem (arcando com os prejuízos decorrentes).
Nem Byron Queiroz, eleito pelos funcionários o maior carrasco da História do BNB, foi tão desumano. Nunca Dantes na História do BNB se viu tanto autoritarismo, demissões imotivadas e perseguição aos funcionários, ao mesmo tempo em que os jornais estampam denúncias de improbidade e corrupção que enlameiam uma empresa genuinamente nordestina, que há mais de 60 anos defende um povo humilde e excluído, que foi criada para promover o desenvolvimento regional e ser reconhecida pela excelência no atendimento e efetividade na promoção da sustentabilidade.
O Sindicato dos Bancários do RN se solidariza com os funcionários e defende a suspensão imediata da reestruturação impositiva do Banco do Nordeste. Novas manifestações deverão ser convocadas, com a adesão de toda a categoria de funcionários, até que seja aberto canal de diálogo com a Direção do Banco, para discutir os temas relevantes que carecem de imediata reestruturação na empresa.