O PL nº 4.330, de autoria do deputado e empresário Sandro Mabel (PMDB-GO), que regulamenta a terceirização e ameaça os empregos e direitos dos bancários é um atentado à dignidade do trabalhador brasileiro, pois precariza ainda mais as relações de trabalho nas empresas públicas e privadas.
Segundo o DIEESE, um trabalhador terceirizado permanece, em média, apenas 2,6 anos na função, com carga de 43 horas semanais, contra pelo menos 5,8 anos de um empregado contratado diretamente, que trabalha até 40 horas por semana. A tendência é o agravamento da exploração e das condições de trabalho.
A remuneração também é um diferencial. Por mês, cerca de 50% dos terceirizados recebem entre um e dois salários mínimos, apenas 4% recebem até R$ 3,3 mil e nenhum recebe acima de R$ 4,5 mil. Ou seja, para manter os lucros, os patrões atacarão ainda mais os trabalhadores. A CLT garante aos trabalhadores uma série de direitos. Com a terceirização não haverão estas garantias.
A prática, existente no Brasil desde a década de 70, ganha força no sistema financeiro ao longo dos anos e atinge os bancários, em especial. O setor tem hoje cerca de um milhão de trabalhadores, mas 50% são terceirizados e tem nos correspondentes a maior expressão.