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Bancários do RN fecham agências do Santander

16/08/13

Em decisão tomada na assembleia ocorrida na noite desta quinta-feira, 15, os bancários do RN decidiram fechar todas as agências do Santander na capital potiguar nesta sexta-feira, 16. O protesto é um grito de socorro pela contratação de mais funcionários. Os trabalhadores daquele banco não aguentam mais a pressão, as metas exorbitantes e o pior: a carga de trabalho.

 

O Santander atende hoje em condições precárias. Há agências em que sequer há um caixa para atender os clientes. Em outras, uma pessoa faz o trabalho de três a quatro pessoas. O banco é um dos que mais demite e somente no último ano (em todo o Brasil) demitiu mais de 3.500 trabalhadores.  As demissões são decorrentes, principalmente do adoecimento. Os bancários do Santander são os que mais adoecem e por consequência os mais demitidos, uma vez que o Banco não tem a menor piedade. Não deu lucro, pede pra sair.

 

A funcionária da agência do centro comercial, Aline Rocha, adquiriu LER e depressão devido as fortes pressões que o banco impõe. Apesar da estabilidade que tinha, devido ao seu afastamento por motivo de saúde, o Santander demitiu a funcionária, que ficou afastada por um mês e meio. Ela está de volta, foi recontratada, mas ainda está doente.

 

O Funcionário da agência 0080, Rio Branco, Edilson Varela, conta que, por já ter sido dirigente do Sindicato, fazer intervenções nas agências e aconselhar os funcionários a não assinar cartas de demissão e se submeter a certos serviços, sofre retaliações por parte do banco, deixando de ter uma promoção e um aumento salarial. Devido às pressões, adquiriu LER/DORT. “Apoio totalmente a greve, pois com mais de 30 anos como bancário, nunca vi tanto desrespeito com aos trabalhadores. O banco só visa lucros e não se preocupa com qualidade de atendimento, nem com a saúde dos funcionários“, declarou.

 

E não são só os bancários que apoiam a movimentação, o cliente Antônio Alcimar diz acha a luta justa, principalmente sabendo que é para aumentar o quadro de funcionários. Ele foi cliente do banco por oito anos, mas está fechando a conta justamente pela falta de qualidade do banco e também pela inconstância dos serviços. “Não quero mais ser ciente desse Banco porque moro em Parnamirim e lá só tem uma agência. Os equipamentos são muito ultrapassados e, para serviços que vão além do saque, tenho que me deslocar até Natal onde também enfrento quase as mesmas dificuldades”, afirmou.

 

A assembléia ocorrida no dia 15 no Sindicato dos Bancários chegou  a emocionar alguns dos mais experientes diretores do Sindicato. Primeiro pelo número de participantes, nunca visto em uma assembleia específica de bancos privados. Segundo, pelo grau de emoção presente nos depoimentos dos bancários. “Nunca tinha visto algo como aquilo, as pessoas choravam contando suas histórias, algo muito triste”, contou Marta Turra, coordenadora-geral do SEEB RN.