Ainda que o trabalhador tenha medo, ainda que o discurso ideológico o leve para o lado errado da trincheira, é vergonhoso ficar ao lado daquele que o oprime e explora.
O fura-greve é um ser que não luta, que abre mão da sua dignidade e que se curva diante do falso mundo oferecido para que vire as costas aos seus pares: a classe trabalhadora!
O fura-greve não tem a honra de lutar, e sim o constrangimento de aceitar as migalhas;
O fura-greve recebe com vergonha os frutos da conquista pela luta daqueles que se expõem, dos que dão a cara a tapa, enfrentando o poder do seu opressor, da sociedade, e da lógica individualista e egoista que só o torna escravo.
O fura-greve, no fim da sua vida útil, só encontrará frustração ao descobrir que não passa de uma peça que vai ser trocada, sem cerimônia, por outra. Então será tarde e a vida já se foi!