A primeira falha gravíssima foi conceder empréstimos bilionários a um empresário cujas empresas nunca produziram nada e com as melhores garantias sendo sua relação íntima com o ex-presidente Lula. A temeridade e irresponsabilidade com que se colocou à disposição de empresas de fachada empréstimos vultosos se choca com as enormes dificuldades que trabalhadores comuns têm em obter simples empréstimos na Caixa.
Mas o fato da Caixa ser uma das principais financiadoras do agora desmascarado estelionatário Eike Batista e de suas empresas “x” se revelou apenas o início de um escândalo que toma ainda maiores proporções. Agora, estes empréstimos começam a não ser pagos, e o calote, que ameaça os resultados do banco, são respondidos da pior forma possível: com o acobertamento do rombo.
O presidente da Caixa, Jorge Hereda, admitiu que o banco estuda a possibilidade de prorrogar o prazo para pagamento da dívida da OSX, empresa de construção naval de Eike Batista. Questionado por jornalistas, Hereda reconheceu a hipótese de privilegiar o caloteiro amigo do PT, numa “bondade” com que milhões de correntistas também gostariam de contar. “Estamos estudando”, disse ele.
A Caixa deve seguir o exemplo do BNDES, que também foi “camarada” de Eike e lhe permitiu a prorrogação por 30 dias do vencimento de uma dívida de R$ 518 milhões que venceu dia 15/10. No caso da Caixa, a bolada é igualmente na casa das centenas de milhões: R$ 400 milhões, para ser mais exato, devidos pela OSX.
Debochando dos trabalhadores que são processados se não pagam suas contas, Eike, o amigo do rei, por meio da OSX, comunicou que “vem estudando, dentre outras iniciativas, potenciais combinações empresariais” para a dívida. A única alternativa a ser estudada pelos trabalhadores é a execução da dívida, com o sequestro dos bens da OSX e de Eike. Os trabalhadores não podem pagar duas vezes para que empresários corruptos ligados ao governo ganhem nas costas do dinheiro público.
