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O sujo e o mal lavado

01/11/13

Nesta semana, ficou-se sabendo de mais um grande escândalo de corrupção. Desta vez, a quadrilha agia na prefeitura de SP, durante a gestão de Gilberto Kassab, eleito pelo DEM e que depois fundou o PSD, aliado do governo Dilma, do PT. O “curioso” da revelação do esquema de corrupção é que ela foi feita pelo sucessor de Kassab, o atual prefeito Fernando Haddad, do mesmo PT aliado de Kassab nacionalmente, e que foi apoiado por ele desde o início do mandato, até mesmo compondo a base de apoio do atual prefeito.

Os fatos mostram um esquema de corrupção envolvendo o recolhimento do Imposto Sobre Serviços (ISS), que causou prejuízos calculados em cerca de R$ 500 milhões aos cofres públicos. A quadrilha montada na administração de Kassab atuava desde 2007 e incluía o ex-subsecretário de Finanças Ronilson Bezerra Rodrigues, o ex-diretor de Arrecadação Eduardo Horle Barcellos, o ex-diretor da Divisão de Cadastro de Imóveis Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral e o auditor fiscal Luis Alexandre Cardoso Magalhães.

Aí, o que poderia ser “curioso” é explicado. Apontado como líder do esquema, Ronilson Rodrigues também foi diretor de Finanças da SPTrans na gestão Haddad! Quer dizer, o PT, escaldado pelas dezenas de escândalos em que foi denunciado, de prefeituras Brasil afora a governos estaduais e 11 anos de corrupção generalizada no governo federal, percebeu que a prefeitura estava alimentando um saco sem fundo de desvio de verbas, do qual pouco se beneficiou mas que estouraria em seu colo.

Haddad, desmoralizado desde a tentativa de aumento das passagens de ônibus, quando prometera em campanha não fazer isso, e novamente exposto à fúria popular por estar aumentando drasticamente o IPTU cobrado na cidade, em outra quebra de promessa, não pôde fazer outra coisa: jogou seu funcionário corrupto, herdado do aliado Kassab, aos leões, com o intuito de limpar um pouco a sua barra.

A corrupção, formação de quadrilha, advocacia administrativa e lavagem de dinheiro compõem a acusação. Kassab mostrou que aprendeu com Lula, e afirmou que desconhecia o esquema. Haddad faz o mesmo, embora o operador da quadrilha tivesse sido nomeado por ele para mais um cargo importante. A verdade é que eles são todos iguais! PT, PSD, PSDB, DEM, etc; todos governam para os grandes empresários e se locupletam no serviço público.

Assim, ao mesmo tempo em que aponta os crimes cometidos por seu antecessor, Haddad está cometendo um ataque tão ou mais grave que os R$ 400 milhões desviados: um aumento médio de 51,73% no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU)! Este ataque significa uma paulada nas finanças da população e é uma agressão cumulativa, pois não é uma taxa extra que se pague uma vez só, e sim um novo patamar de confisco anual, que será incorporado de forma permanente nos gastos dos trabalhadores, aumentando ainda mais depois desse primeiro golpe.

No total, há 3,1 milhões de contribuintes de IPTU na cidade, e, além dos gastos que os trabalhadores terão que suportar por suas residências, pagarão uma segunda vez ao verem os preços de serviços e produtos reajustados! O impacto maior do aumento do IPTU será para imóveis comerciais, que pagarão um valor perto do dobro do que desembolsam hoje, com um aumento médio de 88,56%. Uma pesquisa feita pelo Sebrae, com empresários do comércio, serviço e indústria, revelou que metade dos comerciantes diz que irá repassar o aumento para o preço de produtos e serviços. Isso admitido por eles. Na verdade, sabemos que todos repassarão!

            Não há dúvidas: Haddad é a continuidade de Kassab. Ambos apoiaram Lula e Dilma e governam SP da mesma forma: atacando os trabalhadores com um golpe atrás do outro.