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Levantamento do Dieese revela que só as tarifas dariam para pagar folha dos bancários

27/09/09

Um debate importante ocupou espaço na mídia nos últimos dias, a respeito da diferença entre as tarifas cobradas por bancos públicos e privados no Brasil, cada lado tentando empurrar para o outro a pecha de "careiro". O Dieese fez um levantamento, revelando o peso da receita de prestação de serviços dos bancos, formada principalmente pelas tarifas cobradas junto aos clientes, na formação da receita das empresas do setor.

Segundo o estudo, baseado em dados dos balanços dos bancos em 2004 e 2008, quase todos os cinco principais bancos do país conseguem pagar totalmente sua folha de pagamento apenas com o valor das tarifas - a exceção é a Caixa Econômica Federal que cobre "apenas" 86,8% dessa despesa. A despesa com pessoal é o principal custo das empresas do setor.

O campeão no quesito é o Santander, que consegue 200,3% de sua folha de pagamento com a receita de tarifas. Em 2004, o número era de 84,7%, o que também representa o maior crescimento entre as empresas pesquisadas. O Bradesco possui o segundo maior crescimento do período, partindo de 99,2% em 2004 para chegar a 156,5% de sua despesa com pessoal com arrecadação em prestação de serviços em 2008.

O Itaú consegue cobrir 158% da folha de pagamento com a receita de serviços, mesmo tendo apresentado queda em relação a 2004, quando essa receita era equivalente a 185,7% das despesas com pessoal. A queda no período é explicada pela fusão com o Unibanco, que aumentou o número de funcionários do grupo

Entre os bancos públicos, o Banco do Brasil também apresenta crescimento, partindo de 87% da folha em 2004 para 111% em 2008. Enquanto isso, a Caixa apresenta queda, de 100,3% para 86,8%, o único banco que não cobre inteiramente as suas despesas de pessoal com essa receita.