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Acidentes de trabalho matam quase 3 mil trabalhadores por ano no Brasil e vitimam mais de 700 mil!

27/01/14

As recentes mortes de trabalhadores das obras de construções de estádios no Brasil chamou a atenção para um problema gravíssimo, que são os acidentes de trabalho, cada vez mais frequentes e mais sérios. Os dados estatísticos de Acidentes de Trabalho de 2011 divulgados pelo Ministério da Previdência Social indicam aumento no número de acidentes de trabalho registrados, atingindo a marca de 711.164 em 2011.

                O número de mortos também cresceu: de 2.753 mortes registradas em 2010, o número subiu para 2.884 em 2011. Conforme dados do ano seguinte, 2012, em que estes dados praticamente se mantiveram, houve também 14.755 trabalhadores que ficaram incapacitados permanentemente. Isso significa que 8 trabalhadores morrem todos os dias - de 2a a domingo - em função das péssimas condições de trabalho, falta de equipamentos de segurança, excesso de jornada e superexploração, que são os principais fatores que levam aos acidentes de trabalho, incluindo os fatais. São mais 40 trabalhadores incapacitados para o resto da vida, a cada dia!

                Se do ponto de vista da classe trabalhadora estes dados são estarrecedores por si só, a verdadeira epidemia de acidentes de trabalho também ocasiona um rombo nas finanças públicas e é um ataque ao orçamento do país, fazendo os trabalhadores pagarem uma 2a vez pelo lucro desenfreado dos patrões e pela impunidade que as empresas desfrutam para matar e incapacitar livremente. Cálculos do INSS e dados coletados por engenheiros e profissionais ligados à medicina do trabalho apontam para um valor em torno de R$ 32 bilhões por ano como sendo o custo que o massacre a milhares de trabalhadores acidentados gera. O que é mais do que é investido em todo o Bolsa Família, com quase 15 milhões de famílias beneficiadas.

                Analisando as 5 macrorregiões demográficas, a região Sudeste conta com o maior número de acidentes de trabalho, com um total de 387.142 ocorrências, cerca de 70% do total nacional. Em seguida, a região Sul registra 153.329 casos, a região Nordeste 91.725, região Centro-Oeste 47.884 e, por fim, região Norte, com 31.084 acidentes. Evidentemente que estes dados expressam parte da verdade, pois é no Sudeste que se concentra a maioria da população e também da atividade econômica, incluindo obras, reformas, manuseiod e produtos químicos, etc. Mas também parece óbvio que os números tão mais baixos registrados em regiões mais pobres, como o Nordeste e o Norte, se devem também à subnotificação, que significa que, nestes locais, muitas vezes não se assina a carteira do trabalhador e muito menos se registram os acidentes de que ele é vítima.

                Da análise no setor específico da indústria, as atividades de produção de alimentos e bebidas, com 59.976 ocorrências, e o da construção civil, com 54.664 registros, se encontram dentre os com maior número absoluto de acidentes de trabalho. Quanto ao setor de serviços, o segmento do comércio e reparação de veículos automotores registrou o maior número de acidentes de trabalho, com 95.496 ocorrências, seguido pelo de Saúde e serviços sociais, com 58.252 acidentes de trabalho, e pelo de Transporte, armazenagem e correios, com 51.934 acidentes computados.

                Este problema se torna um dos principais ataques aos trabalhadores, ao arriscar suas vidas e minar sua saúde e capacidade física, e precisa fazer parte das reivindicações e pautas dos sindicatos e oposições de luta e combativos. No Brasil, a associação direta do governo Dilma aos grandes empresários e latifundiários leva a estes números absurdos e inaceitáveis. Mas a superexploração é a marca do capitalismo, ainda mais em sua fase atual, imperialista e decadente. Segundo estimativas da OIT (Organização Internacional do Trablaho), há 2 milhões e 340 mil acidentes mortais de trabalho a cada ano!

                E o pior: a maioria das mortes são crônicas, ou seja, provocadas pela exposição reiterada à superexlporação, insalubridade e periculosidade no trabalho. São 321 mil mortos diretamente por acidentes de trabalho. Mas, ao mesmo tempo, há outros 2,02 milhões de mortes também catalogadas como relacionadas ao trabalho, mas que, na verdade, são causadas por diversos tipos de enfermidades desenvolvidas e agravadas no trabalho, sem que tenha havido algo trágico e súbito provocando a morte. São doenças respiratórias, mentais, cardiovasculares, etc., que equivalem a uma média diária de mais de 5.500 mortes!

                Esta avalanche de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho são resultado de um sistema que cada vez mais assedia, pressiona e adoece os trabalhadores. Estes milhares de mortos no Brasil e milhões no mundo todo são vítimas do capitalismo. O capitalismo mata, e, por isso, é preciso que os trabalhadores combatam o capitalismo! No Brasil, a luta contra a epidemia de acidentes de trabalho deve se dirigir ao governo Dilma, que não pune as empresas assassinas e superexlporadoras. Os acidentes de trabalho não são, paradoxalmente, "acidentais". Eles podem ser previstos e evitados, e têm culpados e quem se beneficia deles. É entendo isso que se pode combater os verdadeiros responsáveis por esta calamidade social.

- 2,02 milhões de pessoas morrem a cada ano devido a enfermidades relacionadas com o trabalho.

- 321 mil pessoas morrem a cada ano como consequência de acidentes no trabalho.

- 160 milhões de pessoas sofrem de doenças não letais relacionadas com o trabalho.

- 317 milhões de acidentes laborais não mortais ocorrem a cada ano.

- A cada 15 segundos, um trabalhador morre de acidentes ou doenças relacionadas com o trabalho.

- A cada 15 segundos, 115 trabalhadores sofrem um acidente laboral.

Fonte: Movimento Revolucionário Socialista