Com a menor inadimplência em cinco anos, o Itaú Unibanco anunciou nesta terça-feira (4) que encerrou 2013 com lucro líquido de R$ 15,696 bilhões, 15,46% maior em relação ao ano anterior.
Apenas no último trimestre, o ganho do maior banco privado do país somou R$ 4,646 bilhões, aumento de 33,05% sobre igual período de 2012.
O valor, que exclui ganhos e perdas extraordinários, veio melhor do que o mercado esperava (cerca de R$ 4,1 bilhões). Sem o desconto dos efeitos extraordinários, o lucro ficou em R$ 15,836 bilhões em 2013 e em R$ 4,680 bilhões no quarto trimestre.
"Em 20 dezembro de 2013, a compra da Credicard foi aprovada pelo Banco Central do Brasil, e passamos a incorporar os resultados dessa operação a partir de 1º de dezembro de 2013", explica o banco, em nota.
Dando sequência à mudança de perfil em sua carteira de crédito, para contemplar operações de menor risco como consignado e imobiliário, o Itaú conseguiu reduzir a inadimplência (acima de 90 dias) para 3,7%, o menor nível desde a fusão com o Unibanco, em novembro de 2008. Em doze meses, a redução foi de 1,1 ponto percentual.
Desconsiderando a carteira da Credicard, a taxa teria sido de 3,6%, diz o banco em relatório.
Na semana passada, o Bradesco e o Santander também apresentaram redução na taxa de inadimplência, para 3,5% e 3,7%, respectivamente.
CALOTES
A melhora na inadimplência ajudou o Itaú a reduzir as despesas de provisões para calotes, que caíram 27,0% entre outubro e dezembro do ano passado na comparação com o quarto trimestre de 2012, totalizando R$ 4,191 bilhões.
No acumulado de 2013, as provisões foram de R$ 18,579 bilhões, 23,3% menores que os R$ 24,210 bilhões de 2012.
No crédito, o banco teve, em 2013, expansão de 13,3% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 483,397 bilhões. O crescimento ficou acima do esperado pelo Itaú (entre 8% e 11%). A cifra também é 5,9% maior que o resultado visto no terceiro trimestre (R$ 456,561 bilhões).
Sem considerar os financiamentos de veículos, o crescimento da carteira de crédito do Itaú teria sido de 18,0% na comparação anual e de 7,1% sobre o terceiro trimestre.
NOTA DO SINDICATO
Sabemos que o aumento dos lucros tem muito a ver com o corte de pessoal e com a política do governo de incentivo a crédito que já está dando sinais de falhas. Na hora de negociar a conversa sobre lucros é bem diferente...