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Despejos + repressão + caos urbano + obras inacabadas = R$ 33 bilhões!

10/06/14

Levantamentos mostram que há 30 mil obras inacabadas no Brasil! Para cada obra pela metade ou que vira ruína sem nunca ser concluída, normalmente há um escândalo de corrupção! A degradação do meio ambiente, o superfaturamento e mais de 100 mil pessoas despejadas ou cujas moradias foram prejudicadas pela Copa são o verdadeiro “legado da Copa”. Apenas no Rio, a prefeitura reconhece que 20,3 mil moradores tiveram que deixar suas casas por causa da Copa!

Os investimentos públicos não geraram retorno às populações das cidades-sede, muito menos nos setores de mobilidade urbana e, também, em infraestrutura social, para que se pudesse atender turistas e moradores em hospitais decentes, por exemplo. Ao contrário, diversas obras de infraestrutura foram interrompidas e outras simplesmente não saíram do papel.

No total, já foram gastos mais de R$ 33 bilhões! E a conta não vai parar por aí! O Brasil já gastou mais do que a soma de tudo que foi gasto nas Copas da Alemanha em 2006 e na África do Sul em 2010! Com quase nada tendo ficado pronto! A promessa de não gastar dinheiro público com estádios privados virou fumaça e bilhões foram torrados e colocados no bolso das empreiteiras, seja de estádios públicos, seja de privados.

O estádio Mané Garrincha, de Brasília, uma cidade praticamente sem time de futebol, deve levar até cerca de mil anos para recuperar aos cofres do DF o valor investido na obra! A arena teve um resultado operacional de R$ 1,371 milhão no primeiro ano de funcionamento, sendo que foi um ano espetacular em termos de utilização, com 30 eventos entre jogos e shows, incluindo uma apresentação da cantora norte-americana Beyoncé e a partida de maior renda na história do Campeonato Brasileiro. Mas o custo total da obra é até agora calculado em R$ 1,6 bilhão pelo TC-DF (Tribunal de Contas do Distrito Federal) e deve chegar a R$ 1,9 bilhão quando todas as obras de sustentabilidade e no entorno do local estiverem concluídas. Assim, mesmo que mantenha a arrecadação recorde de 2013, o estádio vai levar mais de irá levar exatos 1.385 anos para recuperar o que custou! 

E há os “elefantes brancos” de Manaus e Cuiabá. E o superfaturamento de todos os estádios! Mas não é só: na reta final, ficou-se sabendo que ainda teriam que ser construídas as tais “estruturas temporárias”, das quais nada ou quase nada vai permanecer depois das poucas semanas dos jogos. Mas, mesmo durando pouquíssimo, elas não vão sair barato! Mesmo nos estádios privados, será o orçamento público quem vai pagar a conta, que supera R$ 50 milhões apenas nos entornos dos estádios do Corinthians e do Internacional, em SP e Porto Alegre!

Em contrapartida, os brasileiros tiveram que conviver – e este drama ainda está longe de acabar – com transtornos no trânsito, gastos de recursos públicos desnecessários e ataques graves, promovidos por Dilma e pela FIFA, como, por exemplo, uma lei de exceção comparável às leis de governos sob ditadura, que proíbem manifestações, greves, e cessam parcialmente a liberdade de expressão, de comércio e de ir e vir.

Sabendo que o que era para ser uma festa está se voltando contra seu governo e sua popularidade, a presidente Dilma Rousseff perdeu qualquer compostura que pudesse já ter tido, e “inaugurou” a nova área de embarque internacional do terminal 2 do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, cujas obras começaram em 2008, com as obras inacabadas! A reforma dos terminais 1 e 2 do Galeão custou 354,75 milhões de reais, segundo a Infraero, mas não está pronta e nem ficará para a Copa do Mundo. Como o Galeão, outras obras estão tendo fitas cortadas, mas não saíram do papel!

A Copa vai acabar e deixará para trás o caos na saúde, o sucateamento da educação e da segurança pública, a falta de saneamento e de habitação, e o terror do transporte públicos! Assim como por ocasião da realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, onde ocorreu superfaturamento ao ponto de as obras terem custado 10 vezes mais do que o previsto, a Copa já se mostrou um péssimo negócio e um desastre para os trabalhadores!