A estratégia do medo é talvez uma das mais antigas da história, e é fato que até surte algum efeito. No entanto, é também uma das mais fáceis de ser derrubada por terra, bastando para isso que seja confrontada com a verdade. O medo só surte efeito com os incautos. E a verdade é que a greve é um DIREITO CONSTITUCIONAL do trabalhador, que a ela recorre quando o patrão se mostra insensível diante dos clamores dos empregados.
O BNB, no entanto, teima em apostar na estratégia do medo e perde seu tempo em escrever notas com tons ameaçadores, falando em dissídio, tentando vender “gato por lebre” quando deveria estar empenhado em de fato apresentar uma proposta que represente um avanço, ainda pequeno que seja. Ora, lembremos trecho da mensagem enviada ontem: “não restará ao Banco senão a alternativa de ajuizamento do Dissídio Coletivo perante o Tribunal Superior do Trabalho, retirando da mesa de negociação as propostas já apresentadas”. O que o Banco diz ser uma proposta deixou de existir quando foi rejeitada por todas as assembleias, que “querem mais”.
Os trabalhadores estão em greve há pouco mais de uma semana e têm motivos de sobra para continuar por muito tempo! Além disso, até que a justiça declare a greve ilegal não se poderá interpretar como falta, para fins de punição, as ausências do trabalhador ao exercer ser legítimo direito, conforme parecer de escritório de advocacia.
A justificativa de que os funcionários dos demais bancos aceitaram a proposta rebaixada não se aplica. Cada banco é uma realidade! Se é assim, então que a direção do BNB garanta à Capef condições de assegurar a aposentadoria nos moldes da Previ! Que também garanta o índice de 9% para todas as verbas salariais (salário e funções) e aplique uma correção na curva salarial, com a promoção para todos com mais de seis meses como procedeu a Caixa Econômica!
A proposta apresentada e ratificada pelo Banco não apresenta absolutamente NADA com relação às distorções do Plano de Cargos e Remuneração; nada relacionado à solução para o problema previdenciário e de saúde; posterga mais uma vez ponto eletrônico; NÃO assegura a isonomia entre os funcionários. Se é por associação aos demais bancos, com certeza no Banco do Brasil e na Caixa não há distorções no plano de cargos como o congelamento dos três níveis iniciais e a estagnação da carreira. Além disso, CEF e BB, não foram consideradas como parâmetro embora sejam instituições do mesmo caráter do Banco em termos de vinculação ao Governo Federal.
A AFBNB não apenas repudia, mas classifica a ação do Banco como uma temeridade, pois afronta o direito de greve e vai de encontro ao atendimento de demandas colocadas durante toda a campanha salarial. Se a greve continua no BNB significa que as propostas não condizem com aquilo que querem e merecem os funcionários do Banco. Levar o caso à Justiça do Trabalho é uma arbitrariedade diante de uma paralisação que até esse momento é absolutamente legítima e justificada, além de representar uma atitude de incompetência e de desprezo, do tipo “lavar as mãos na bacia de Pilatos”, bem típico de gestões autoritárias e descompromissadas com os trabalhadores. Por isso, a Associação fará representação ao Ministério Público do Trabalho, denunciando a postura do Banco – inclusive o descumprimento de pontos de acordos anteriores.
A Associação reitera que continua acompanhando de perto o desenrolar da greve e orienta os trabalhadores a se manterem firmes na rejeição de propostas que atentem contra a dignidade dos funcionários do Banco do Nordeste do Brasil, e pelos avanços necessários, solicitando ainda a participação de todos nas diversas assembleias a serem realizadas no decorrer da semana e que serão divulgadas em breve.
No mesmo sentido, enfatiza que compete aos sindicatos encaminhar as mobilizações e cumprir as deliberações das assembleias, bem como buscar interlocução junto ao Banco para estabelecer negociação a partir de uma proposta nova a ser avaliada pelos trabalhadores. Da sua parte, a AFBNB continuará se somando à luta dos sindicatos e de sua base e encaminhando o que for coletivamente deliberado por esta.
Greve não é crime! É um direito constitucional.
AFBNB ao lado dos Trabalhadores!
Gestão Autonomia e Luta