Logo após a reeleição da presidente Dilma Roussef vários bancos privados soltaram notas de apoio ao novo mandato da presidente e expondo as melhores expectativas sobre as medidas que deverão ser tomadas pelo governo. Entendido por muitos como uma tentativa de tranquilizar o mercado de valores, fica mais uma prova de que uma candidatura financiada pelo grande capital tem o comprometimento com os grandes empresários.
Chegou a hora de cobrar a conta da campanha com juros exorbitantes. Uma das formas é colocar a conta nas costas do trabalhador.
Bradesco, Itaú e Santander estão entre os que mais perseguem, assediam e demitem seus funcionários. Mantêm a política de lucro pelo lucro deixando de lado a saúde do trabalhador.
Leia a matéria publicada pelo jornal O Globo:
Bancos aprovam discurso de Dilma e apoiam novo mandato da presidente
Bradesco e Itaú destacaram sinalização de reformas e fortalecimento da democracia
RIO - O Bradesco divulgou nesta segunda-feira nota oficial em que afirma confiar que a presidente reeleita Dilma Rousseff tem condições para enfrentar os desafios que o país tem pela frente, numa importante demonstração de apoio do empresariado brasileiro.
No comunicado, Lázaro de Mello Brandão, presidente do Conselho de Administração do banco, afirma que as eleições deste domingo confirmaram a “maturidade e a solidez da democracia brasileira”:
“Temos a convicção de que a presidenta reeleita Dilma Rousseff renovou pelo melhor caminho — o do voto da maioria dos brasileiros — todas as condições necessárias para avançar sobre os grandes desafios que o país tem pela frente. Desejamos-lhe as merecidas saudações, com a crença de que teremos quatro anos de muito trabalho e conquistas.”
No mesmo comunicado, Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente executivo do Bradesco, afirma que o Brasil é “exemplo de democracia moderna”.
“Acreditamos no Brasil e confiamos que o governo reeleito enfrente os desafios do presente, mantendo a esperança do futuro das próximas gerações. O discurso da vitória da Presidenta Dilma Rousseff, ontem, sinalizou diálogo, união e reformas. Foi um momento de pacificação e pleno entendimento das responsabilidades à nossa frente.”
ITAÚ: DISCURSO TRANQUILIZADOR
O Itaú também elogiou a fala de conciliação de Dilma. Em nota, o presidente executivo do banco, Roberto Setubal, classificou o pronunciamento da presidente de "tranquilizador" e destacou o comprometimento de parceria com o setor produtivo.
"O pronunciamento da presidenta foi muito positivo e a proposta de dialogar na busca de alinhamento para aprovação das reformas necessárias é extremamente importante para o futuro do País. O compromisso com o combate à corrupção e à impunidade reenfatizado por ela é muito bem recebido por todos os brasileiros. A importância da parceria com o setor produtivo e financeiro declarada pela presidenta também traz confiança e tranquilidade aos agentes econômicos, empresários e investidores", afirmou Setúbal.
SANTANDER: CONFIANÇA NA EXPERIÊNCIA
O Santander manifestou a "total confiança" na experiência da presidente Dilma Rousseff. Em nota assinada pelo presidente Jesús Zabalza, o banco diz acreditar "na capacidade de liderança (de Dilma) para implementar as medidas necessárias para que o Brasil construa um novo ciclo de crescimento sustentável, que beneficie a todos os brasileiros."
O comunicado ressalta ainda que "a democracia sai fortalecida destas eleições, em mais uma prova da solidez institucional do País."
Em julho passado, o Santander Brasil viu-se no meio de uma crise após alguns clientes de renda mais alta receberem um texto com comentários que associava as pesquisas de intenção de voto, indicando vantagem para Dilma, a problemas no mercado financeiro.
COMÉRCIO EXTERIOR: CETICISMO COM REFORMAS
O clima de otimismo, no entanto, não é compartilhado por todos os setores do país. Para José Augusto de Castro, presidente da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), é pouco provável que o novo mandato da presidente atenda às demandas das empresas exportadoras.
— Se avaliarmos pelo que está ocorrendo até agora, a perspectiva é pequena. O máximo que sonhamos é o acordo com União Europeia. Infelizmente pelo tempo decorrido, sou obrigado a dizer que sou cético — afirma Castro.
Entre outras demandas, a AEB cobra mais investimentos em infraestrutura e uma reforma tributária. Segundo o presidente da organização, o país investe muito em acordos comerciais com países pouco expressivos economicamente, deixando de lado o crescimento das relações com EUA e mostrando dificuldades para destravar acordos com a União Europeia.
— O Brasil, desde 2003, não teve nenhuma missão comercial chefiada pelo governo federal para os EUA. Tudo que houve foi pelo setor privado. No governo Lula, ainda tivemos missões. A Dilma não é tão caixeiro viajante como era o Lula — argumenta.
Castro destaca ainda que uma eventual vitória de Aécio Neves não seria garantia de que as reformas desejadas pelo setor fossem colocadas em prática:
— Havia mais expectativas. Pelo menos ele (Aécio) mencionava os pontos que precisávamos, mas não se garante que seriam concretizadas.