“Polícia para quem precisa de polícia”, já dizia a letra dos Titãs. Mas o que se viu ontem, em pleno Centro de Natal, foi mais um ataque dos banqueiros aos trabalhadores. Por volta das 13h, a direção do Itaú convocou, por telefone, os funcionários para a agência. A ligação, na verdade, veio em tom de ameaça, visto que o gestor dizia que, se o piquete não liberasse a entra dos bancários, a polícia seria acionada.
Mesmo sabendo que o Sindicato havia conseguido derrubar o Interdito Proibitório da Empresa, a promessa foi cumprida à risca. Mas antes da PM chegar, três advogados tentaram coagir os funcionários a entrar no Banco. A cena foi duramente repreendida pelos piqueteiros presentes.
O diretor do Sindicato, Eduardo Xavier, afirmou que a presença e a atitude dos advogados dos Bancos foi inédita na história da greve. “Nunca ouvi falar em advogado de porta de banco. De porta de cadeia, sim. Mas iguais a esses é a primeira vez. Esses caras estão assediando os funcionários e tentando obrigá-los a trabalhar, mas não vamos deixar”, disse o sindicalista.
Polícia vai embora e advogados do Itaú são vaiados
O 'show de horrores' dos advogados, que tentaram enganar a imprensa de forma antiética interpretando de outra forma a decisão judicial que derrubou o Interdito Proibitório, continuou até a polícia entender que a greve dos bancários era legítima e respaldada por uma liminar judicial. “São advogados incompetentes que perderam na Justiça e agora vieram para a porta do Banco querer obrigar os funcionários a trabalhar. É uma vergonha para a categoria dos advogados. A OAB deveria ver o que está acontecendo”, desabafou o Coordenador geral, Liceu Carvalho.