SÃO PAULO - O brasileiro pagou mais caro por operações de crédito em novembro, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou elevação de 0,06 ponto percentual no mês (1,38% no ano), passando de 6,08% ao mês de outubro para 6,14% em novembro deste ano, maior taxa desde junho de 2012, conforme a pesquisa.
Das seis linhas de crédito pesquisadas, todas foram elevadas no mês. A maior alta foi verificada no cartão de crédito, cuja taxa aumentou de 10,78% para 10,90%, entre outubro e novembro. Em seguida, vêm os juros do comércio, que subiram de 4,65% para 4,75%, na variação mensal. As menores elevações foram vistas no empréstimo pessoal e no crédito direto ao consumidor (CDC), direcionado ao financiamento de veículos. Em ambos, a variação da taxa de juros entre outubro e novembro foi de dois pontos percentuais.
Para a Anefac, o aumento em todos tipos de crédito se deve à elevação da Selic no fim de outubro, além de um cenário econômico que aumenta o risco de crescimento nos índices de inadimplência. “Esse cenário se baseia no fato dos índices de inflação mais elevados e juros maiores reduzirem a renda das famílias. Tudo isso somado às expectativas para 2015 serem igualmente negativas, o que leva as instituições financeiras a aumentarem os juros para compensar prováveis perdas com elevação da inadimplência”, avalia a entidade, em nota à imprensa.
Pessoa jurídica
A taxa de juros média geral para as empresas também subiu nas três linhas de crédito pesquisadas — capital de giro, desconto de duplicatas, conta garantida/cheque especial. A elevação foi de 0,05 pontos percentuais no mês correspondente a uma elevação de 1,45% no mês (1,74% em doze meses) passando de 3,44% ao mês em outubro para 3,49% ao mês em novembro/2014. A maior alta foi encontrada na modalidade conta garantida, que registrou elevação mensal na taxa de sete pontos percentuais, para 5,94% ao mês em novembro. De modo geral, a expectativa da Anefac é de novas elevações nos próximos meses.