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Jovem negro corre três vezes mais risco de ser morto no RN que o branco

05/01/15

Um jovem negro corre 3,4 vezes mais risco de morte que um jovem branco no Rio Grande do Norte. É o que mostra o resultado do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade (IVJ 2014), pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública a pedido do governo federal. No Brasil, esse perigo é de 2,5 vezes.   O estudo calculou taxas de homicídio ponderadas de jovens negros (pretos e pardos) e brancos, de 12 a 29 anos, a partir de dados de 2012 do banco de dados do Sistema Único de Saúde, em que o indicativo de cor é preenchido por agentes de saúde.   A pesquisa concluiu que a desigualdade racial cotidiana do país encontra sua expressão mais aguda na comparação dos dados de morte por homicídio da juventude. A maior taxa de mortalidade entre jovens negros ocorre na região Nordeste, cuja taxa de homicídio é de 87 para cada grupo de 100 mil habitantes. Com isso, o valor é quase quatro vezes superior a de jovens brancos (17,4).   Na região Nordeste, cuja diferença entre a mortalidade de jovens brancos e negros mostrou-se mais aguda, a maior taxa de homicídio entre jovens negros verificada foi em Alagoas, com 166,5 mortes para grupo de 100 mil habitantes. Em seguida, vem a Paraíba, com 115,4; e a Bahia, com 104,9.   No Rio Grande do Norte, enquanto a taxa de homicídio de negros foi de 92,7, as mortes relativas aos jovens brancos foram 27,3. Na sequência, apresenta-se a região Norte, com taxa de mortalidade por homicídios entre jovens negros de 72,5, ou 214% superior à taxa entre jovens brancos (23,1).   A região Centro-Oeste apresenta taxa de homicídios de jovens negros 182% superior a de jovens brancos (88,6 contra 31,5) e a região Sudeste, 127% superior (53,2 entre jovens negros e 23,5 entre jovens brancos). A região Sul destaca-se por apresentar a menor taxa de homicídio entre jovens negros, bem como a menor discrepância entre a taxa de jovens brancos, da ordem de 8%.   Ao se tratar especificamente do risco de morte, o destaque fica com a Paraíba, com risco de 13,401. Isso significa dizer que a chance de um jovem negro ser vítima de homicídio na Paraíba é 13 vezes maior do que um jovem branco.     Na sequência está o estado de Pernambuco, onde o risco relativo é de 11,565, e Alagoas, com 8,748. Vale ainda mencionar o Distrito Federal possui um risco relativo entre os mais altos (6,527).