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Dilma veta correção na tabela do IR seis dias após sancionar seu próprio reajuste

23/01/15

Mais um "presente de grego" do governo aos trabalhadores. Dilma desconhece a inflação e reajusta a tabela do imposto de renda em 4,5%. Desta forma a tabela atinge 64% de defasagem, o que significa que os trabalhadores do Brasil, únicos que pagam impostos neste país, estão pagando 64% a mais de impostos do que deveriam! Vejam a tabela abaixo e constatem a vergonha que é o confisco dos salários dos trabalhadores.

Marta Turra - Coordenadora geral/SEEB-RN

Reajuste de 4,5% prejudica contribuinte e eleva defasagem da tabela para mais de 64%, segundo cálculo do Sindifisco

Fonte: Portal iG

Com o veto da presidente Dilma Rousseff à correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda Pessoa Físicas anunciado na segunda-feira (19), volta a discussão sobre a defasagem na tabela acumulada desde 1996, que chegaria a 64,28%, segundo estudo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional).

Com a decisão presidencial, a tabela será corrigida em 4,5%, o que causa perdas ao contribuinte porque a inflação em 2014 ficou em 6,41%. Para o Sindifisco, ao decidir vetar a correção de 6,5% à tabela de Imposto de Renda, o governo optou por dar continuidade à arrecadação com menor esforço, colocando mais contribuintes para pagar impostos.

Entenda como deduzir gastos com plano de saúde do IR

Desde 2007, uma medida provisória reajusta a tabela do IR pelo centro da meta de inflação (4,5%), mas o índice tem superado esse percentual, ficando próximo a 6%, em média.

Na análise do Sindifisco, caso a presidente Dilma Rousseff  tivesse sancionado a correção de 6,5%, os trabalhadores com ganhos até R$ 1.903,38 ficariam isentos do pagamento do Imposto de Renda. Atualmente, quem tem rendimento acima de R$ 1.787 já é contribuinte. Hoje, a defasagem real da tabela é de 64,28%, percentual registrado até dezembro de 2014. Se esse índice fosse aplicado, o limite de isenção subiria para R$ 2. 935.

Veja como fica a tabela do IR 2015

A pedido do iG, Sebastião Luiz Gonçalves, vice-presidente do Conselho Consultivo do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, fez uma simulação do cálculo de como fica a tabela do IR para Pessoa Física, com o reajuste de 4,5%.

Trabalhador que recebe até R$ 1.868,22 – isento

Salário de R$ 1.868,22 até R$ 2.799,86 –  alíquota de 7,5%, com parcela a deduzir de R$ 140,11

Salário de R$ 2.799,86 até R$ 3.733,19 –  alíquota de 15%, com parcela a deduzir de R$ 350,11

Salário de R$ 3.733,19 até R$ 4.664,68 –  alíquota 22,5%,  com parcela a deduzir de R$ 630,09

Salário acima de R$ 4.664,68 – alíquota 27,5%, com parcela a deduzir de R$ 863,33

Isenções fiscais
Fonte: Sintrajufe/RS

A política de aumento indireto do imposto de renda de pessoas físicas, por meio da não correção dos valores pelo índice inflacionário, contrasta com as progressivas isenções fiscais dadas a empresas de dezenas de setores da economia. A previsão é de que em 2015 só a Previdência Social deixe de arrecadar cerca de R$ 22 bilhões, por conta da desoneração das folhas de pagamento. Essa política vem desobrigando empresas de contribuir com a alíquota de 20% sobre a folha para a Previdência Social, em troca da cobrança de índice menor sobre o faturamento, o que resulta em receitas bem inferiores para a seguridade.

O estudo do Sindifisco Nacional sobre a defasagem na tabela do Imposto de Renda mostra ainda que em 2014 ela estava em 64,28%. Esse era o percentual então necessário para restabelecer os mesmos parâmetros de cobrança de 1996. Ao não corrigir a tabela, o governo faz com que trabalhadores que eram isentos e tiveram seus salários reajustados passem a pagar imposto de renda – além de aumentar o valor de quem já se encontrava em uma das faixas de cobrança.