Os servidores públicos do estado do Paraná tiveram uma grande conquista na tarde desta quinta-feira, 12. Após passarem três dias acampados na Assembleia Legislativa do Paraná e enfrentado, inclusive, a tropa de choque da polícia, eles conseguiram que o governo recuasse e desistisse provisoriamente do pacote de corte de gastos que estava sendo votado por deputados.
Em mensagem enviada à Casa, após o encerramento da sessão devido ao cerco do prédio por milhares de manifestantes, a Casa Civil anunciou a retirada "para reexame" dos projetos "em virtude das manifestações" e "para garantir a integridade física dos parlamentares".
A ocupação foi composta massivamente por trabalhadores da Educação do Estado, que estão em greve com 100% de adesão da categoria. Tendo ainda o apoio de outros segmentos do funcionalismo como servidores da saúde, que também estão em greve, docentes das universidades estaduais, agentes penitenciários, estudantes e diversos outros movimentos.
A CSP-Conlutas, a Assembleia Nacional de Estudantes Livre, o Movimento Mulheres em Luta, entre outras entidades ligadas à Central estão juntas a esses trabalhadores e apoiam essa iniciativa.
A CUT também engrossou as fileiras nesta manifestação, mostrando que possui duas formas de agir, uma quando o governo é da “oposição” (PSDB), outra quando o PT está à frente do governo. Como a maior Central Sindical do país, a CUT deveria estar sempre à frente da luta dos trabalhadores enfrentando todos os patrões.
O governador do Paraná de Beto Richa (PSDB) tenta implementar medidas que mexem com a previdência, com a carreira do funcionalismo, e frontalmente com a autonomia das universidades, entre outros ataques. Esses projetos põem fim ao quinquênio (adicional por tempo de serviço), às progressões e o plano de desenvolvimento das carreiras dos docentes, com cursos periódicos. Outras medidas também rechaçadas pelos servidores são o fim do auxílio-transporte em períodos de férias e afastamento, e a fusão dos dois planos da ParanáPrevidência. Esse último item considerado um dos mais polêmicos, visto que num futuro próximo os servidores correm o risco de não receberem suas aposentadorias.
Com informações do UOL e da CSP Conlutas