Uma pesquisa divulgada pelo Idec que acaba de ser divulgada pelo Idec confirmou o que causa incômodo em muita gente: a grande falta de transparência dos bancos no relacionamento com seus clientes. Nenhuma instituição do Brasil alcançou o grau máximo no estudo que avaliou quesitos como prevenção da corrupção, pagamento de impostos e prestação de contas nas instituições.
Nos quesitos “retardatários”, “seguidores” e “líderes”, os bancos Itaú, Santander, Banco do Brasil e Bradesco atingiram as melhores marcas e conseguiram o status intermediário no item "transparência". Já o pior desempenho ficou com HSBC e Caixa Econômica Federal (CEF), classificadas como “retardatários”.
A pesquisa analisou 53 instituições financeiras no Brasil e em mais seis países (Bélgica, França, Indonésia, Japão, Holanda e Suécia) e, no contexto geral, pode-se observar que os brasileiros não ficaram tão mal ranqueados. Apesar disso, Lucas Salgado, consultor do estudo do Idec, não considera a comparação com os outros países um parâmetro razoável.
“No quesito transparência, alguns bancos já seguem padrões internacionais. Lá fora eles [bancos] sofrem mais regulação, mas o nível de transparênciaem escala mundial é nivelado muito por baixo”, explica, lembrando que a Lei Anti-Corrupção (2013) ainda é recente.
Fato que endossa o discurso do especialista é o alto percentual – quase 60% – de instituições pesquisadas marcando menos de 4 pontos em 10 possíveis no quesito transparência.
“Os bancos deveriam melhorar a transparência onde já atuam, com todas as partes interessadas, começar a divulgar melhor os resultados, lucros, o quanto que se paga em cada país em termos de impostos. Deixar claro a questão de trabalhar locais de paraísos fiscais, por exemplo”, completa Salgado.
Procurada pelo iG, a Febraban (que representa os bancos) não retornou o contato. O HSBC informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não irá se pronunciar sobre a pesquisa.
Já a Caixa informou que "em 2014, por ser uma empresa pública operadora de políticas públicas, teve a divulgação dos seus relatórios de sustentabilidade enquadrada na Instrução Normativa SECOM nº 06/2014, a qual discorreu sobre “a suspensão da publicidade dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, no período eleitoral de 2014”, ficando impedida de divulgar estas informações de 5 de julho a 26 de outubro, período que compreendeu a coleta de dados pelo Idec." Segundo o banco, como o Relatório de Sustentabilidade e demais informações publicadas nas páginas das instituições financeiras são as principais fontes de consulta do Idec para a referida pesquisa, a Caixa teria sido prejudicada na pesquisa pela ausência destas informações.
Confira as colocações no ranking e as notas dos bancos:
Banco | Impostos e Corrupção | Transparência e Prestação de Contas | |
HSBC | 35º (1.5) | 38º (2.7) | |
Caixa | 16º (3.7) | 28º (3.6) | |
Bradesco | 27º (2.6) | 20º (4.2) | |
Itaú | 23º (2.9) | 5º (5.9) | |
Santander | 11º (4.5) | 12º (5.0) | |
Banco do Brasil | 22º (2.9) | 18º (4.5) |
Canal alternativo para reclamações
Com a falta de canais diretos e alternativos para que clientes possam formalizar reclamações efetivamente e pedir por melhorias, o Idec recomenda o Guia dos Bancos Responsáveis (http://guiadosbancosresponsaveis.org.br/), onde o correntista pode enviar mensagens diretamente para a presidência e para as áreas de sustentabilidade dos bancos.