Bancários de todo o Brasil se reuniram neste sábado em Recife (PE) no 10º Encontro da Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB) para discutir os rumos da categoria na Campanha Salarial 2015. Com representantes dos sindicatos do RN, MA e Bauru e Oposições de PE, DF, SP e PA o Encontro passou por dois momentos: análise de conjuntura e Campanha Salarial 2015.
O Professor Doutor da UFPE, Atenágoras Duarte, deu a contribuição com a análise do momento econômico que está sendo vivido no Brasil e no mundo. "PT gerou desmobilização nos movimentos sociais. Estamos num processo de reconquista da esquerda brasileira. O tempo histórico não pode ser medido neste momento. Mas ocupar este espaço outra vez é um processo lento e complexo". Para ele é preciso definir primeiro o rumo da insatisfação generalizada, para depois prever o que pode acontecer.
O Bancário Matheus Crespo foi outro que apresentou seu ponto de vista sobre a conjuntura. "O início da FNOB coincidiu com início da atual crise mundial. Eram diferentes somente os efeitos sobre os trabalhadores. Davam crédito desenfreado e agora chegou a conta. O Brasil estava aparentemente blindado aos efeitos da crise, maquiando isso sob efeito do crédito. Passada as eleições explodiu tudo.”. Para Matheus a esquerda precisa assumir o papel de protagonista nesse processo e aproveitar o momento e apresentar propostas e assumir o “Fora Todos”.
Campanha Salarial
O debate sobre a Campanha Salarial dos Bancários foi um dos momentos mais ricos do Encontro. Com companheiros de diversos estados do país, de bancos privados públicos, de realidades completamente diferentes, foi possível montar um cenário rico de detalhes para a formatação das estratégias.
A pergunta que precede a campanha salarial: quando vai ter a greve? Ao enfrentar uma crise econômica mundial é preciso que os bancários se fortaleçam de argumento para avançar. Muitos colocam em destaque o atendimento aos clientes de maior poder aquisitivo, fora das agências.
O adoecimento da categoria é uma das coisas que faz com que as pessoas tomem consciência de que é necessário fazer alguma coisa e a greve é o momento da Oposição agir, se apresentar como alternativa, defender o fim da mesa única. A queda do poder aquisitivo também poderá ser um propulsor da vontade de enfrentar a luta.
Foram definidos como encaminhamentos:
- Jornal da campanha salarial
- Entrega da pauta como ato política (dar mais destaque à entrega)
- Manter estrutura da pauta: reposição das perdas desde 1º de julho de 1994 + a inflação do período + o aumento médio dos ativos dos 15 maiores bancos
- Gatilho a cada 3 meses
- Estabilidade de empregos
- Fim do assédio
- Contratação já
- Fim da terceirização
- Fim da mesa única
- incorporar à campanha salarial a luta contra o PL 4330
- estabelecer um calendário de luta,
- aumentar a participação (principalmente das oposições) nas assembleias,
- realização de “trancaços” durante a greve,
- PLR linear,
- ampliar a cobrança com relação à saúde do trabalhador.