A LUTA CONTRA A REESTRUTURAÇÃO NO BANCO DO BRASIL
22/07/15
Os funcionários do CSL RIO e do Setor de Ações do CSO, ambos localizados no Complexo do Andaraí - RJ, realizaram um ato na última quinta-feira (09) contra a reestruturação por que passam estas dependências do BB. Após 3 anos do início da reestruturação do CSL RIO, o Banco anunciou a nova dotação que levará ao corte de quase 100 postos de trabalho. Os funcionários do Setor de Ações do CSO, que hoje é subordinado a Belo Horizonte, foram surpreendidos, no último dia 3, com a notícia de que o setor irá para São Paulo antes do final do mês. Os dois anúncios foram feitos junto com o lançamento do PAI (Plano de Aposentadoria Incentivada) para forçar que um número grande de funcionários se aposente. No ato, foi aprovada a carta abaixo enviada à Dinop. Nesta segunda-feira (13), os funcionários realizarão outro ato, às 10h.
À DINOP
Há cerca de três anos, convivemos com a reestruturação do CSL Rio. Desde do início desse processo, as vagas abertas pela saída de funcionários foram extintas. A consequente redução do quadro levou à sobrecarga de serviço, ao desvio de função e à ausência de processos seletivos, impedindo a ascensão profissional. Tudo isso, acrescido à perspectiva da migração de vários setores/serviços para Belo Horizonte e de uma redução forçada do número de funcionários, teve como consequências a degradação do clima no ambiente de trabalho, alto grau de insatisfação, desânimo, angústia e adoecimento do funcionalismo. A forma como está sendo conduzido esse processo, sem qualquer transparência, reforça esta situação. Apesar disso, continuamos trabalhando, contribuindo para o aprimoramento dos processos internos de trabalho e para os resultados alcançados pelo Banco nos últimos anos.
Neste momento a empresa pretende concluir o processo de reestruturação, avançando na transferência dos serviços para Cenop-BH e estabelecendo nova dotação para o CSL-Rio, com o corte de grande número de funcionários. Simultaneamente, o Banco anunciou a extinção das atividades do setor de ações Rio de Janeiro (CSO-BH) que também se localiza no Complexo do Andaraí. Esse anúncio, feito de forma abrupta no último dia 3, surpreendeu o funcionalismo que recebeu a incumbência de executar a transferência de todos os serviços “especializados” para o Cenop São Paulo em prazo inferior a 30 dias, culminando na perda de seus postos de trabalho. Gostaríamos de lembrar que somos nós e nossas famílias que estamos inseridos nestes processos. O que para o Banco significam medidas administrativas de redução de custos e “aumento da eficiência operacional”, para nós funcionários significa a mudança drástica em nossas rotinas profissionais, pessoais e familiares. Nós optamos por fazer carreira na área meio e investimos, junto com o Banco, na nossa formação profissional, visando atender às necessidades impostas pelo serviço que desempenhamos. Muitos colegas, ao fazerem esta opção, abriram mão de suas comissões e/ou carreiras na rede de agências. Agora, a perspectiva que o Banco oferece é o retorno à Rede Varejo, em piores condições de trabalho e salário, sem preservar suas comissões ou o histórico funcional de cada indivíduo, levando-o ao reinício de toda a sua trajetória profissional. É inadmissível que o Banco simplesmente trate seus funcionários como números, desconsiderando suas necessidades, expectativas e a individualidade de cada pessoa envolvida nesse processo de reestruturação.
Não podemos aceitar que as reestruturações desestruturem as nossas vidas. Acreditamos que se for dessa maneira, elas são incompatíveis com a imagem de banco ético e com responsabilidade socioambiental, como o BB se apresenta perante a sociedade. Não concordamos que os funcionários sejam remanejados dentro da empresa de forma aleatória, sem critérios técnicos, e principalmente desrespeitando o perfil e o investimento em aprimoramento profissional específico dispendido nesta área meio.
Pelos motivos expostos, reivindicamos:
- a realocação, na área meio no Rio de Janeiro, dos funcionários excedentes do CSL Rio, com a mesma comissão ou comissão equivalente, garantindo que não haverá redução salarial;
- que nenhum funcionário do CSL Rio seja obrigado a migrar para comissão de 6 horas, se isso significar redução salarial;
- que possíveis funcionários excedentes do CSL Rio, não realocados na área meio, sejam mantidos extraquadro, sem prazo para saírem do prefixo, garantindo a manutenção das comissões e salários. Salientamos que esta possibilidade foi proposta publicamente pelo representante da Dinop, em palestra no ano passado, no auditório deste Complexo, e que já é uma prática da Empresa;
- que o serviço de Ações Escriturais executado pelos funcionários lotados na Plataforma RJ do prefixo 1908 DINOP/CSO BH-MG, passe a ser vinculado ao prefixo 9868 DISAT-GER. SER. FIDUC. – APOIO NEGOCIAL, de forma que a Diretoria responsável pela gestão do serviço seja a mesma a que os funcionários executantes sejam vinculados, mantendo os serviços no Rio de Janeiro e preservando os funcionários detentores de conhecimento especializado, que já atuam na área.
Carta escrita pelos funcionários do CSL Rio e CSO/Ações – RJ reunidos em 09/07/2015.