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MPT abre inquérito para investigar convocação de aprovados na Caixa

11/01/16

O Ministério Público do Trabalho da 10ª Região, no Distrito Federal e no Tocantins, instaurou inquérito civil para investigar o último concurso da Caixa Econômica Federal para o cargo de técnico bancário (nível médio). Segundo o órgão, existem "indícios  de irregularidades na convocação de candidatos aprovados". As informações são do site do MPT.

Segundo o ministério, mais de 30 mil candidatos foram habilitados para o cargo em 2014 e somente 2.093 foram nomeados. Os demais aguardam a convocação e questionam a falta de reposição de empregados, principalmente em razão do Plano de Aposentadoria Anual.

Procurada pelo G1, a Caixa ainda não comentou o assunto.

O último concurso para técnico bancário teve 1.156.744 candidatos inscritos. O salário foi de R$ 2.025 para jornada de trabalho de 6 horas diárias. A seleção foi feita por meio de provas objetivas e discursivas, e exames médicos admissionais.

Em mediação conduzida pelo procurador Carlos Eduardo Carvalho Brisolla, o Ministério Público do Trabalho cobrou a empresa pública sobre a pretensão de convocação até o fim do concurso, que expira em junho deste ano, mas obteve resposta negativa. Segundo a instituição bancária, não há cronograma de contratação previsto. A Caixa alega que o cenário econômico mudou, motivo pelo qual foi preciso "rever seu planejamento estratégico, inclusive sobre a admissão dos candidatos", segundo informou o MPT em seu site.

Para o procurador, “a realização de certame com a finalidade exclusiva de aprovar vagas para cadastro de reserva, deixando em espera milhares de candidatos e sem a indicação precisa do número de vagas no edital aponta violação aos princípios aplicáveis à Administração Pública inscritos no artigo 37 da Constituição Federal”.

Um ofício já foi enviado para a Caixa e agora a instituição financeira tem um prazo de 10 dias para apresentar a relação dos candidatos aprovados no concurso de 2014 e efetivamente admitidos desde 17 de junho de 2014, relacionados por micro-polo. O procurador também requereu o número de vacâncias surgidas desde então por aposentadorias e por outras razões, discriminadas também por micro-polo.

Cadastro de reserva
Em abril do ano passado, o Banco do Brasil (BB) e o Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal firmaram acordo para que o órgão não realize mais concursos exclusivos para formação de cadastro de reserva.

O Banco do Brasil informou que a decisão foi tomada no âmbito administrativo por meio de um acordo firmado entre o banco Ministério Público do Trabalho, e não na esfera judicial. "Os próximos concursos do Banco deixarão de operar com a figura exclusiva do cadastro de reserva e vão passar a ofertar vagas. Não haverá nenhuma alteração para os certames que se encontram vigentes e em andamento", disse o órgão.

A medida é resultado de acordo firmado com o Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal (MPT-DF), que havia processado o banco para garantir mais transparência nas seleções da instituição.

O cadastro de reserva poderá continuar a ser utilizado, porém, sem criar falsas expectativas nos candidatos aprovados, que terão direito assegurado, caso estejam dentro do quantitativo inicial previsto.