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Dignidade zero

16/11/09

Os desvios de conduta são alvo de explicação da Psicologia, ciência que trata dos estados e processos mentais; que estuda o comportamento humano e animal. Quando o distúrbio de comportamento vai além da compreensão na mente de não-especialistas, recorre-se à frase: Freud explica.

Não temos base científica para explicar os motivos de certas atitudes nefastas no ambiente do trabalho bancário. Assim, questio-namos: É possível que um funcionário, com curso superior, aparentemente normal, se preste a ser moto-rista do superintendente e, para agradá-lo ainda mais, imita os gestos do animal de estimação do chefe?

Há explicação para um bancário ir trabalhar doente, com a perna engessada, amparando-se em muletas, sem as mínimas condições físicas de executar suas tarefas, além de extrapolar seu horário normal de trabalho em duas, três ou mais horas sem receber a remuneração devida pelo trabalho extraordinário, simplesmente para agradar ao chefe?

E como explicar a aceitação dessa indignidade por parte do gerente, contrariando as normas trabalhistas e de saúde?

E aquele que, de férias, faz o papel de fura-greve, para ficar com “cartaz” junto à administração?

E o bancário que é de-mitido, perseguido, humi-lhado e, depois disso, consegue ser reintegrado pelo Sindicato e quando tem a oportunidade de merecer novamente a confiança dos colegas, se submete às ordens de sua gerente e vai furar a greve em outra agência? Será a natureza do escorpião? E o que di-zer daqueles que mentem em Juízo para favorecer o patrão e prejudicar seu colega de trabalho?

Este espaço é pequeno para comportar vários exemplos semelhantes de indignidade, de falta de companheirismo, de atitudes egoístas, de subserviência.

O mundo do capital tornou-se uma espécie de praga que escraviza o homem e destrói as relações sociais Há terapia? Freud responde. Para quem se preocupa com o coletivo, está na hora de lutar para acabar com a maldição da falta de dignidade.