O ex-gerente de Responsabilidade Social da Petrobras Armando Tripodi afirmou em depoimento concedido ao site institucional “Memória Petrobras” que petroleiros da Bahia usaram o imposto sindical na campanha de Lula à Presidência em 2002.
“Montamos um comitê no sindicato. Aprovamos na assembleia uma contribuição. A categoria aprovou todo imposto sindical da categoria ser destinado à campanha de Lula”, disse Tripodi à Folha, recordando a participação do Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia na eleição.
A prática é vedada pela legislação eleitoral, que proíbe que sindicatos e entidades de classe façam doações eleitorais. A prestação de contas da campanha de Lula naquele ano não registra nenhum repasse do sindicato.
Todos os anos, na folha de março, o equivalente a um dia de trabalho é descontado de todos os trabalhadores brasileiros, independentemente de serem sindicalizados ou não.
O dinheiro vai para o governo federal e então é distribuído para as entidades sindicais.
Esse desconto obrigatório, ironicamente chamado de Contribuição Sindical, tem sua origem em 1930, quando Getúlio Vargas assumiu a presidência do Brasil e os sindicatos independentes foram duramente perseguidos pelo governo, que buscou estratégias para controlar a luta da classe trabalhadora, impondo o "sindicalismo de Estado".
A origem do imposto sindical escancara o verdadeiro sentido da existência e manutenção de tal desconto no contracheque: atrelar os sindicatos ao Estado e derrotar as lutas dos trabalhadores.
Há mais de 10 anos o Sindicato dos Bancários do RN devolve o imposto aos seus associados pois acredita que a luta dos trabalhadores deve ser independente do governo e financiada de forma voluntária pela categoria.