Enquanto o governo procura formas de onerar ainda mais o trabalhador brasileiro, seja com criação de novos impostos, ampliação da carga horária ou reforma da previdência, outras fontes que poderiam diminuir o déficit financeiro do governo permanecem no berço esplêndido da sonegação. Segundo noticiou nesta segunda-feira, 18, o jornal O ESTADO DE SÃO PAULO, o empresário Laodse de Abreu Duarte, um dos diretores da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), é o maior devedor da União entre as pessoas físicas. Sua dívida é maior do que a dos governos da Bahia, de Pernambuco e de outros 16 Estados individualmente: R$ 6,9 bilhões.
A soma dos valores devidos por empresas e pessoas para o governo federal ultrapassou recentemente R$ 1 trilhão. São milhões de devedores, mas uma pequena elite domina o topo desse indesejável ranking: os 13,5 mil que devem mais de R$ 15 milhões são responsáveis, juntos, por uma dívida de R$ 812 bilhões aos cofres federais --mais de três quartos do total devido à União.
O débito desses maiores devedores representa cinco vezes o buraco total no Orçamento federal previsto para 2016. Nesse grupo --que exclui dívidas do estoque previdenciário, do FGTS e dos casos em que há suspensão da cobrança por determinação judicial-- estão desde empresas quebradas, como a Varig e a Vasp, mas também motores do PIB nacional, como a Vale, a Carital Brasil (antiga Parmalat) e até a estatal Petrobras.
Procurado pelo Estadão, o diretor da Fiesp disse que sua condenação por crime contra a ordem tributária ainda não foi julgada em segunda instância, "o que torna precipitado qualquer conclusão ou juízo" e negou qualquer tipo de ligação com os casos do mensalão e do Banestado. A Fiesp não se pronunciou.
Com informações: O ESTADO DE SÃO PAULO