Os funcionários do Banco do Brasil certamente ainda se lembram das demissões sumárias dos advogados da Assessoria Jurídica do Banco no RN – AJURE. Lembram-se, também, de que eles foram reintegrados pelo Serviço Jurídico do Sindicato. O que talvez não saibam, ainda, são os motivos de tamanha arbitrariedade.
Em 27 de agosto de 2007 foi nomeado para o cargo de Diretor Jurídico da DIJUR (Diretoria Jurídica), em Brasília, o advogado paulista Joaquim Portes de Cerqueira César, petista de carteirinha e afilhado político do deputado federal e presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, além de ser homem de confiança de Luiz Gushiken.
Com o poder nas mãos e a ganância na cabeça, o arbitrário Cerqueira promoveu uma série de irregularidades, como demissões sumárias de advogados, perseguiu profissionais, tirou comissões, entre outras estripulias. Tudo ao arrepio das normas internas do Banco. Ao mesmo tempo, levou para trabalhar na DIJUR sócios do escritório de advocacia Cerqueira César Advogados e “amigos” da entidade que ele dirigia: o Instituto Brasileiro de Ciências Jurídicas (IBCJ). Parte dos advogados que foram beneficiados na gestão de Cerqueira fizeram doações à campanha de Berzoini para deputado federal. Entre eles, está Paulo César Guerche, gerente executivo jurídico, que esteve em Natal em 07/7/2008, quando efetuou a demissão em massa na AJURE-RN.
No dia seguinte, os representantes do Seeb/RN, João Bezerra, Juvêncio Hemetério e Liceu Carvalho, estiveram na AJURE. O diretor Juvêncio Hemetério enfrentou Guerche, dizendo que se tratava de um ato claramente injusto, arbitrário, violento, e finalizou: “vocês demitiram, a Justiça reintegrará”. Os fatos comprovaram que Juvêncio tinha razão.
A prepotência de Cerqueira gerou cerca de trinta ações de assédio moral movidas no DF, SP, MG, RS, RJ, RN e MA. Os prejuízos para o Banco não são apenas morais, uma vez que já somam milhões de reais. É o caso de se perguntar: Cerqueira pagará ao Banco os prejuízos? O Conselho de Administração do Banco decidiu afastá-lo desde o início de novembro, mas Cerqueira se mantinha no cargo por influência de Berzoini, que vetava o cumprimento da decisão do Conselho.
Finalmente, em 30 de novembro, o todo poderoso e seus seguidores foram afastados. Assumiu o bancário de carreira, o catarinense Orival Grahl, que alertou: “é preciso restabelecer o diálogo”. Com licença, acrescentamos, é preciso, também, apurar o comportamento dos gerentes de algumas AJURES que, por incompetência e subserviência, perseguiram, humilharam, assediaram e cometeram outras arbitrariedades sem contestar. Tudo em obediência às recomendações verbais de seus superiores. Esperamos que os prejudicados comprovem as pressões recebidas. Assim, seus agressores também receberão as punições que merecem.
O Sindicato dos Bancários RN acredita que o principal responsável pela situação difícil que os trabalhadores dos bancos públicos enfrentam é o governo Lula e sua política neoliberal.