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O crime organizado humilha o Estado e os bancos

13/02/17

O crime organizado humilha o Estado e os bancos. As pessoas de bem estão encarceradas e enriquecendo a segurança privada, já que a segurança pública faliu! O Rio Grande do Norte é apenas um retrato 3X4 do que ocorre no país. O cardápio é variado: assalto em ônibus, nas ruas, em shopping, “saidinha de banco”, roubos de carro e de carga, sequestro relâmpago e tantas outras modalidades, no atacado e no varejo.
No caso dos bancos, o “negócio” é no atacado, pois a cada explosão os criminosos levam elevada quantia em dinheiro, deixando para trás um rastro de destruição e a população assustada e desassistida dos serviços bancários por um longo período, deslocando-se para outro município à procura de atendimento.
Neste ano foram contabilizados no RN, até o fechamento desta edição, 21 ataques a agências bancárias e dos Correios (correspondente bancário do BB), um a cada dois dias.
Os ataques, na modalidade explosão, ocorrem com maior frequência nas pequenas cidades do interior, por contar com uma estrutura policial precária, tanto do ponto de vista de pessoal quanto de equipamentos e instalações. Sabendo disso, as quadrilhas não se intimidam em metralhar o posto policial. Há aproximadamente um ano os assaltantes explodiram as agências do BB de Afonso Bezerra e Pedro Avelino, ambas ainda sem funcionar. As últimas escolhidas foram: BB Lajes, BB e Bradesco São Paulo do Potengi, e BB Florânia. Atualmente, somente o BB conta com 11 agências sem funcionar plenamente. Qual será a próxima?
O maior problema desse tipo de sinistro não é apenas o transtorno e o custo para a população e para os bancários, mas também o prejuízo para a economia do município. Tendo a população que se deslocar para atendimento em outro centro, termina por gastar parte de seu salário no comércio daquela cidade com o atendimento bancário normalizado. A demora em reestabelecer o atendimento nas agências sinistradas demonstra o descompromisso do BB com o desenvolvimento desses municípios, ou seja, o seu compromisso é meramente comercial, nada de preocupação com o social, apesar de ser um banco público. 
A solução contra esses ataques passa, por um lado, pela decisão dos bancos em investir mais em segurança privada nas suas unidades, o que não o fazem porque o custo deve ser maior do que o valor lhes roubado anualmente. Pelo lado da segurança pública, a situação demanda política de segurança séria e mais investimento em inteligência pra monitorar as quadrilhas e atuar tempestivamente para barrar a criminalidade. Quando o governo propaga que investe milhões na aquisição de mais armas, munições, viaturas e aumento do contingente em milhares de homens, prova que a criminalidade continua derrotando o Estado.