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Caixa e bancários a serviço da popularidade de Temer

13/03/17

No dia 18 de fevereiro, sábado, a Caixa tentou abrir suas unidades, sem acordo com o Sindicato e sem anuência do MTE/RN, para prestar informações aos trabalhadores beneficiados pela MP 763, com saldo no FGTS. A decisão afrontava o art. 224 da CLT, que estabelece que a jornada de trabalho do bancário é de segunda a sexta-feira. Para garantir esse direito, o Sindicato fez uma ação política forte e impediu o funcionamento das agências naquele dia.

No dia 07 de março, seguindo o acordo firmado com a Caixa na audiência do dia 17 de fevereiro na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/RN), por orientação do mediador, Dr. Cláudio Gabriel, o Sindicato deliberou em assembleia sobre a abertura aos sábados para cumprir a agenda referente à MP 763. Fizemos, democraticamente, a nossa defesa e a SR da Caixa a dela. Ao final, 62% dos bancários da Caixa votaram por não trabalharem aos sábados. No dia seguinte, 8, retornamos para a segunda audiência na SRTE/RN e, para a nossa surpresa, a SR da Caixa não compareceu, logo ela que recorreu àquela instância, deixando claro a dupla falta de respeito: com a SRTE e com a assembleia. Deduzimos, então, que ela iria passar por cima de tudo e de todos para abrir as agências no sábado, 18.

E não mediu esforços. Através do seu advogado, Dr. Carlos Roberto de Araújo, ex-militante da classe trabalhadora, ingressou com uma ação judicial para impedir que o Sindicato fizesse qualquer ação para garantir um direito sagrado do bancário, peticionando o famigerado instrumento do interdito proibitório. E conseguiu. Conseguiu também o uso da força policial contra os dirigentes e militantes que tentassem encaminhar a decisão da assembleia.

É lamentável que, numa conjuntura de grandes ataques aos nossos direitos, os próprios bancários foram trabalhar “espontaneamente” no sábado, inclusive aqueles que votaram na assembleia. Como podemos interpretar tamanha “espontaneidade”. Seria para dá um “up” na carreira? Será se esses mesmos colegas terão igual disposição e “espontaneidade” para lutar nas ruas contra as reformas previdenciária, trabalhista (com terceirização) e outras? Esperamos que a determinação para aumentar a popularidade de Temer seja a mesma na luta contra as perversas reformas que querem nos impor. E nem falamos da reestruturação da Caixa. O caos e as pressões vão aumentar. Por isso, companheiros, mais do que nunca, é imperativa a nossa união. Trabalhar no sábado é ilegal. Acordai-vos. Diga não!