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Governo Temer ataca e retira direitos de povos indígenas

12/05/17

Deputados da bancada ruralista pretendem aprovar em 16 de maio o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai e do Incra. O documento de quase 4 mil páginas pede, entre outros pontos, o indiciamento de 88 pessoas de cinco estados, incluindo 35 indígenas, 15 antropólogos e 16 procuradores da República.
A CPI tenta justificar o desmonte da Funai a partir de denúncias de irregularidades, propondo a criação de um novo órgão para assumir as atribuições da Fundação. A comissão foi instaurada um dia depois da aprovação da PEC 215/2000, que transfere para o Congresso a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas, em Comissão Especial pela Câmara dos Deputados. 
Esse é mais um dos vários ataques que os povos indígenas vêm sofrendo nos últimos meses, como a forte repressão da polícia militar em uma manifestação na Esplanada dos Ministérios e o ataque aos indígenas Gamela, no Maranhão, no dia 30 de abril, quando um grupo foi covardemente atacado no município de Viana. 
Além disso, no dia 9 de maio, um general do Exército foi indicado para ser o novo presidente da Funai, terminando de ilustrar a total falta de sensibilidade do governo brasileiro com a causa indígena.
Desde o início deste governo que a Funai tem sido alvo de interesses entre Temer e o PSC. Assim o novo presidente da Funai, embora seja descendente da etnia Murá, assume o Órgão com o propósito de manter os interesses do governo, aliado das bancadas ruralista e evangélica no Congresso Nacional, que tentam aprovar, todos os dias, pautas que ameaçam os direitos dos povos indígenas.
O SEEB RN manifesta sua total solidariedade aos povos indígenas e a manutenção de seus direitos históricos que estão sob ameaça.