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Esclarecimentos sobre o desconto da Greve Geral

29/05/17

A Caixa Econômica Federal está descontando quatro dias de trabalho de seus funcionários que aderiram à Greve Geral. Sabendo que a política do Governo está sendo a de criminalização da luta dos trabalhadores, o Sindicato dos Bancários do RN se adiantou e entrou com um pedido de liminar na Justiça para que não houvesse o desconto. Entretanto, o juiz da 2ª Vara do Trabalho, LUCIANO ATHAYDE CHAVES negou o pedido de liminar e a ação continua pendente de julgamento do mérito.

Paralelo a isso, o Sindicato se reuniu com o superintendente da Caixa, Carlos Antônio Araújo, solicitando que a falta fosse abonada ou reclassificada para “falta de greve” com o intuito de possibilitar a compensação das horas. O superintendente nos informou que estava seguindo orientação da direção geral, mas que entraria em contato com a diretoria e levar a solicitação do Sindicato. Em posterior contato com o Sindicato, Carlos Antônio informou que a direção manteve a orientação inicial.

A adesão dos trabalhadores de todo o Brasil à Greve Geral foi muito forte. Em Natal, mais de 80 mil pessoas foram às ruas, isso gerou um baque no Governo que precisa reprimir a ação e tentar calar e dominar os trabalhadores. Os bancários deram um bom exemplo para outras categorias, tendo em vista que participou ativamente do movimento, o que demonstra clara consciência da gravidade das reformas que só satisfazem ao empresariado em detrimento dos direitos dos trabalhadores.

É importante destacar que a adesão dos bancários à greve geral do dia 28 foi decidida em assembleia, seguindo rigorosamente a legislação vigente. Portanto, foi uma greve legal e legítima e assim deveria ser tratada pela Justiça do Trabalho.

Apenas o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro obteve êxito em sua ação preventiva, mostrando que o julgamento varia dentro da própria Justiça.

 

Muitas questões

A adesão significativa de funcionários da Caixa não se deve somente à indignação com as reformas que estão em andamento no Congresso. O governo federal já anunciou medidas que colocam a empresa em sério risco. O presidente da Caixa, Gilberto Occhi já informou que haverá privatização da Loteria Instantânea (Lotex) e o fechamento de 120 agências. 

Há também a ameaça da Caixa perder a gestão dos recursos do FGTS, que seria repassada para bancos privados. O saldo atual é de aproximadamente R$ 400 bilhões e responde pela geração de 40% do lucro líquido da Caixa, na forma de tarifas e serviços, já que o governo remunera a empresa pela administração do fundo. Sem esta verba, a Caixa vai passar por um processo de redução severa de unidades de atendimento e de postos de trabalho, o que constitui não só um fator de desemprego, como também de precarização ainda maior do atendimento à população.