O IBGE divulgou na última semana que o Brasil alcançou a cifra de 207 milhões de brasileiros. Uma população continental que está jogada à margem da economia. Isso porque quase 30% (61 milhões) estão com seu nome sujo pelo endividamento.

Os números sobre o endividamento são do birô de dados de crédito Serasa Experian. Trata-se de um novo recorde na série histórica da empresa, iniciada em 2012. Entre abril e maio, mais 900 mil pessoas atrasaram o pagamento de contas e foram incluídas na lista de devedores.

O crescimento dos calotes acompanhou o desemprego e a queda da renda das famílias. Segundo o IBGE, o país tinha 13,8 milhões de desempregados no trimestre encerrado em maio.

Tal situação afeta diretamente os bancários por dois motivos: o primeiro é que trata-se de trabalhadores, ou seja, estão inseridos nessa imensa bolha de endividamento criada pela oferta de crédito desenfreada; como também estão ligados diretamente ao resultado do seu trabalho pois o cadastro de inadimplentes do Serasa é formado por consumidores que não pagam dívidas como empréstimos pessoais, faturas do cartão de crédito e contas de luz e telefone, entre outras. Ao entrar na lista, essas pessoas deixam de ter acesso ao crédito nos bancos.

Em contrapartida, para enfrentar a crise econômica, o governo tem aumentado o rombo nas contas públicas, cortado os investimentos em programas sociais e retirado direitos trabalhistas e dificultado o acesso à Justiça do Trabalho. A conta está soterrando os trabalhadores brasileiros. O pato está custando muito caro.