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Parabéns, Contraf/CUT, pelo acordo coletivo de dois anos!

04/09/17

No ano passado, os pelegos da Contraf/CUT e os banqueiros negociaram uma convenção coletiva de trabalho (CCT) com validade de dois anos. Foi acordado que o valor dos salários seria reajustado em 8% para o período de setembro de 2016 a agosto de 2017 e que, a partir de setembro deste ano, o valor dos salários seria reajustado pelo índice da inflação (INPC) acrescido de 1%. O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região foi um dos únicos contra esse acordo bianual, pois já previa que, num cenário de recessão econô- mica, o índice de reajuste de 2017 seria rebaixado. Também não era nenhum segredo que o recém-empossado presidente Michel Temer tentaria impôr uma série de reformas – como a trabalhista e a da Previdência –, que viraria de cabeça para baixo a vida dos trabalhadores brasileiros. Resumindo: em um cená- rio político instável, sob um governo declaradamente reformista, foi um erro assinar uma CCT que não daria aos bancários a chance de voltar à mesa de negociação com a Fenaban em 2017. Além disso, todos sabem que o sistema financeiro é extremamente forte e privilegiado no Brasil, e que não deixa de ganhar montanhas de dinheiro mesmo quando o resto do país sofre com a crise. Basta ver os resultados dos bancos no primeiro semestre. Os lucros do Itaú e do Bradesco cresceram, ambos, 13% (chegando a R$ 12 bilhões e a R$ 9,3 bilhões, respectivamente), enquanto o Banco do Brasil lucrou R$ 5 blihões (crescimento de 5%) e o Santander, R$ 3,7 bilhões (crescimento de 44%)! Dar aos bancários um reajuste que deve ficar em torno de 3,5% é um escárnio! A Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB) elaborará neste final de semana (leia abaixo) pautas de reivindicações que serão entregues à Fenaban, ao BB e à Caixa na econômicas), próximas elei- ções sindicais onde a FNOB montará chapa de oposição, reestruturações dos bancos públicos e a luta pelo fim das demissões imotivadas nos bancos privados. Reforma trabalhista O Encontro da FNOB será iniciado com a presença de Luís Henrique Rafael, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-15), e de próxima semana. A dúvida é se a Contraf/CUT mobilizará seus mais de 100 sindicatos de bancários filiados a se juntarem à luta por reivindicações que não sejam as econômicas negociadas no ano passado. É lamentável a postura da CUT. Quando no governo, protege os petistas a todo custo. Quando na oposição, aposta no “quanto pior, melhor”, para o PT voltar ao poder. Só resta uma certeza: Contraf/CUT, nunca mais!


Fonte: Bancários na Luta (SEEB Bauru)