Vergonha!
08/09/17
Revoltantes 2,73%. Esse será o reajuste que os bancários terão direito em 2017. Tudo graças ao acordo bianual negociado ano passado pela Contraf-CUT, que capitulou 31 dias de greve e jogou no ralo toda a força da luta dos bancários. Agora, ainda comemoram 1% de “ganho real”. Ora, vejam só, alguém acredita que nos últimos doze meses a inflação tenha sido de apenas 1,73%?
Este ano, os bancários estão sofrendo uma enxurrada de ataques: demissões nos bancos privados, reestruturações nos bancos públicos, além de planos de demissão voluntária e terceirização de diversas áreas para todos os lados. A Reforma Trabalhista é a peça central para garantir a precarização. Em meio a isso tudo o bancário não tem perspectiva de participar de uma luta geral contra esses ataques, afinal, não haverá Campanha Salarial nem possibilidade de greve este ano.
Certamente visando a preparação da campanha eleitoral de 2018, a Contraf CUT preferiu garantir um ano tranquilo em 2017 e jogar os bancários à própria sorte. Sem mobilização da Campanha Salarial, que tem como carro-chefe o fator econômico, é mais difícil enfrentar todos os retrocessos aplicados por Governo e Banqueiros.
Ao optarem pela aparente "segurança" do acordo bianual, os pelegos da CUT escolhem fugir da luta quando ela é mais necessária.
O Sindicato dos Bancários do RN foi contra o acordo bianual em 2016, pois era fato o período de ataques e crise que se avizinhavam e a necessidade peremptória de luta. As Reformas já tinham passado de ideias a projetos de lei e a necessidade de resistência era gritante.
A crise econômica é uma realidade, mas é fato que ela passa bem distante do setor financeiro. Basta ver os resultados dos bancos no primeiro semestre. Os lucros do Itaú e do Bradesco cresceram, ambos, 13% (chegando a R$ 12 bilhões e a R$ 9,3 bilhões, respectivamente), enquanto o Banco do Brasil lucrou R$ 5 blihões (crescimento de 5%) e o Santander, R$ 3,7 bilhões (crescimento de 44%)! Dar aos bancários um reajuste 2,73% é um escárnio!