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Governador criminaliza greve e polícia usa bombas para retirar trabalhadores de Secretaria de Governo

27/11/17

O Governador do RN, Robinson Farias, usou a força policial para desocupar a Secretaria de Planejamento. Os trabalhadores que lá estavam exigiam a apresentação de um calendário de pagamento, pois muitos estão com até dois meses de salários atrasados, situação que se repete há 22 meses.
Os manifestantes iniciaram um acampamento no dia 13 de novembro, formado por Professores da UERN e servidores da saúde estadual. No dia 22 conseguiram uma audiência com a secretária de Gabinete Civil, Tatiana Mendes Cunha, que não apresentou nenhuma proposta de negociação para as categorias, que pleiteiam o pagamento dos salários em atraso e um calendário que preveja os salários de novembro, dezembro e o 13º salário.
A ação se deu após a decisão do juiz Bruno Lacerda, que criminalizou a ação dos trabalhadores:
‘‘Assim, presentes os requisitos, defiro a liminar pleiteada para determinar a desocupação do prédio ocupado pela parte demandada, espontaneamente, em 2 (duas) horas contadas da intimação da presente decisão, sob pena de imposição de multa às entidades demandadas de R$ 1.000,00 (um mil reais) por hora, sem prejuízo de uso da força policial para efetivação da desocupação, caso necessário. Ainda,  ficam as partes demandadas advertidas que a prática de novo esbulho em quaisquer dos prédios localizados no Centro Administrativo Estadual, importará em imposição de multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por dia e desocupação compulsória, inclusive com uso de força policial.’’
Vale lembrar que o juiz é ex-aluno da FAD/UERN.
Todos que acompanharam a desocupação ocorrida da noite de sexta-feira, 24 de novembro, classificaram a ação da PM de covarde e descabida. Mesmo após a saída dos manifestantes eles continuaram atirando bombas de gás lacrimogênio.
Os trabalhadores lamentaram a ação da PM que dias antes participava de movimento conjunto com eles pelo mesmo motivo: atraso no pagamento.
Os manifestantes suspenderam o acampamento, mas permanecem em greve até que o Governador resolva negociar.